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Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios - Interessante

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d<strong>em</strong>onstrados. Aonde isso nos levará <strong>em</strong> mais algumas décadas?<br />

• Em vários laboratórios diferentes, descobriram-se moléculas<br />

complexas que, <strong>em</strong> circunstâncias apropriadas, faz<strong>em</strong> cópias de si mesmas<br />

nas provetas. Algumas dessas moléculas são construídas com nucleotídeos,<br />

como o DNA e o RNA; outras, não. Algumas usam enzimas para acelerar o<br />

ritmo da química; outras, não. Às vezes há um erro na cópia; daquele ponto<br />

<strong>em</strong> diante o erro é copiado <strong>em</strong> gerações sucessivas de moléculas. Por isso,<br />

começam a aparecer espécies ligeiramente diferentes de moléculas autoreplicantes,<br />

algumas das quais se reproduz<strong>em</strong> com mais rapidez ou mais<br />

eficiência do que outras. São as que prosperam preferencialmente. Com o<br />

passar do t<strong>em</strong>po, as moléculas na proveta se tornam mais e mais eficientes.<br />

Estamos começando a presenciar a evolução de moléculas. Como isso nos<br />

ajuda a compreender a orig<strong>em</strong> da vida?<br />

• Por que o gelo comum é branco, mas o gelo glacial é azul?<br />

• T<strong>em</strong> se encontrado vida quilômetros abaixo da superfície da terra.<br />

Até que profundidade ela vai?<br />

• Segundo um antropólogo francês, o povo dogon, na República de<br />

Mali, t<strong>em</strong> uma lenda de que a estrela Sírio possui uma estrela companheira<br />

extr<strong>em</strong>amente densa. Sírio t<strong>em</strong> de fato essa companheira, <strong>em</strong>bora seja<br />

necessária uma astronomia bastante sofisticada para detectá-la. Assim, (1) o<br />

povo dogon descende de uma civilização esquecida que tinha grandes<br />

telescópios ópticos e astrofísica teórica? Ou (2) foram instruídos por<br />

extraterrestres? Ou (3) os dogons ouviram de um visitante europeu a história<br />

da companheira anã branca de Sírio? Ou (4) o antropólogo francês estava<br />

enganado e os dogons na realidade nunca tiveram essa lenda?<br />

Por que os cientistas têm dificuldades <strong>em</strong> transmitir a ciência?<br />

Alguns cientistas – inclusive alguns muito bons – me diz<strong>em</strong> que gostariam de<br />

divulgar a ciência, mas sent<strong>em</strong> que não têm talento nessa área. Saber e<br />

explicar, diz<strong>em</strong>, não é a mesma coisa. Qual é o segredo?<br />

Há apenas um, na minha opinião: não falar para o público <strong>em</strong> geral<br />

como falaríamos com nossos colegas do ramo. Há termos que transmit<strong>em</strong><br />

instantânea e acuradamente para os especialistas o que quer<strong>em</strong>os dizer.<br />

Pod<strong>em</strong>os analisar essas expressões todos os dias no trabalho profissional Mas<br />

elas não faz<strong>em</strong> mais do que mistificar um público de não-especialistas. Usar a<br />

linguag<strong>em</strong> mais simples possível. Acima de tudo, l<strong>em</strong>brar como é que<br />

pensávamos antes de compreender o que estamos explicando. L<strong>em</strong>brar os<br />

equívocos <strong>em</strong> que quase caímos, e anotá-los explicitamente. Manter s<strong>em</strong>pre<br />

<strong>em</strong> mente que já houve uma época <strong>em</strong> que também nada entendíamos do<br />

assunto. Recapitular os primeiros passos que nos levaram da ignorância ao

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