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Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios - Interessante

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publicação comunista al<strong>em</strong>ã chegou a descrevê-lo como<br />

alguém que lutou por todos nós que amamos a civilização humana, para<br />

qu<strong>em</strong> essa civilização é a nossa nacionalidade. O seu assassino [...] tentou,<br />

ao matá-lo, destruir essa civilização [...] [Esse] foi o hom<strong>em</strong> que tinha na<br />

cabeça o cérebro mais valioso e b<strong>em</strong> organizado que já foi esmagado por<br />

um martelo.<br />

As tendências que contribu<strong>em</strong>, pelo menos marginalmente, para a<br />

implantação de uma gama muito estreita de atitudes, m<strong>em</strong>órias opiniões<br />

compreend<strong>em</strong> o controle das grandes redes de televisão e jornais por um<br />

pequeno número de <strong>em</strong>presas e indivíduos poderosos com motivações<br />

s<strong>em</strong>elhantes, o desaparecimento dos periódicos competitivos <strong>em</strong> muitas<br />

cidades, a substituição do debate substantivo por discussões inconseqüentes<br />

nas campanhas políticas e a erosão episódica do princípio da separação dos<br />

poderes. Estima-se (estimativa de B<strong>em</strong> Bagdikian, especialista <strong>em</strong> mídia<br />

norte-americana) que menos de 24 <strong>em</strong>presas controlam mais da metade “de<br />

toda a atividade dos jornais diários, revistas, televisão, livros e filmes”. A<br />

proliferação de canais de televisão a cabo, telefon<strong>em</strong>as interurbanos baratos,<br />

máquinas de fax, redes e serviço de informações por computador, editoração<br />

eletrônica própria e pouco dispendiosa e o que restou do currículo tradicional<br />

da universidade de humanidades são tendências que talvez oper<strong>em</strong> na<br />

direção contrária.<br />

É difícil dizer o que vai acontecer.<br />

É próprio do ceticismo ser perigoso. Ele desafia as instituições<br />

estabelecidas. Se ensinamos a todo <strong>mundo</strong>, inclusive a estudantes do<br />

segundo grau, os hábitos do pensamento cético, eles provavelmente não vão<br />

restringir o seu ceticismo aos UFOs, aos comerciais de aspirina e às mentes<br />

canalizadas de 35 mil anos de idade. Talvez comec<strong>em</strong> a fazer perguntas<br />

incômodas sobre as instituições econômicas, sociais, políticas ou religiosas.<br />

Talvez desafi<strong>em</strong> as opiniões de qu<strong>em</strong> está no poder. Então o que aconteceria<br />

conosco?<br />

O etnocentrismo, a xenofobia e o nacionalismo predominam <strong>em</strong><br />

muitas partes do <strong>mundo</strong> nos dias de hoje. A repressão governamental de<br />

opiniões impopulares ainda é bastante difundida. M<strong>em</strong>órias falsas ou<br />

desorientadoras são inculcadas. Para os defensores dessas atitudes, a ciência é<br />

incômoda. Ela reivindica acesso a verdades que são <strong>em</strong> grande parte<br />

independentes de vieses étnicos ou culturais. Pela sua própria natureza,<br />

transcende as fronteiras nacionais. Se colocarmos juntos numa sala cientistas<br />

substituir uma figura histórica pela outra na lista dos Irrepreensíveis.

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