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Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios - Interessante

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Hom<strong>em</strong> Tracejado”. A configuração é compreendida como uma figura<br />

s<strong>em</strong>elhante a enormes bolhas de sabão adjacentes, sendo as galáxias<br />

formadas na superfície das bolhas adjacentes e quase inexistindo nos<br />

interiores. Isso torna muito provável que elas delinei<strong>em</strong> um padrão com<br />

simetria bilateral, algo parecido com a figura de um hom<strong>em</strong> traçada apenas<br />

com linhas.<br />

Marte é muito mais cl<strong>em</strong>ente que Vênus, <strong>em</strong>bora as naves Viking<br />

que pousaram no planeta não tenham fornecido nenhuma evidência<br />

convincente de vida. Seu terreno é extr<strong>em</strong>amente heterogêneo e diverso. Com<br />

mais ou menos 100 mil closes disponíveis, não é surpreendente que ao longo<br />

do t<strong>em</strong>po tivess<strong>em</strong> surgido afirmações sobre algo inusitado <strong>em</strong> Marte. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, há um animador “rosto feliz” dentro de uma cratera de impacto<br />

marciana de oito quilômetros (cinco milhas) de extensão, com um conjunto<br />

de marcas radiais salpicadas por fora, fazendo com que pareça a<br />

representação convencional de um Sol sorridente. Mas ninguém alega que<br />

isso tenha sido produzido por uma civilização marciana adiantada (e<br />

excessivamente genial), talvez para atrair nossa atenção. Com objetos de<br />

todos os tamanhos caindo do céu, com a superfície ricocheteando, afundando<br />

e se reconfigurando depois de cada impacto, sendo esculpida por fluxos<br />

antigos de água e lama, junto com a areia recente transportada <strong>pelos</strong> ventos,<br />

reconhec<strong>em</strong>os que uma enorme variedade de formas de relevo deve ser<br />

gerada. Se examinamos 100 mil fotos, não é surpreendente encontrar de vez<br />

<strong>em</strong> quando algo parecido com um rosto. Com nossos cérebros preparados<br />

para isso desde a primeira infância, seria surpreendente que não acháss<strong>em</strong>os<br />

um aqui e ali.<br />

Algumas montanhas pequenas <strong>em</strong> Marte parec<strong>em</strong> pirâmides. No<br />

planalto elevado Elysium, há um grupo delas – a base da maior t<strong>em</strong> alguns<br />

quilômetros de extensão –, todas orientadas na mesma direção. Há um quê de<br />

mistério sobre essas pirâmides no deserto, que l<strong>em</strong>bram o planalto Gizé, no<br />

Egito, e eu gostaria muito de examiná-las mais de perto. Porém, é razoável<br />

deduzir a existência de faraós marcianos?<br />

Em miniatura, também se conhec<strong>em</strong> configurações s<strong>em</strong>elhantes na<br />

Terra, especialmente na Antártida. Algumas delas chegam à altura de nossos<br />

joelhos. Se nada soubéss<strong>em</strong>os a seu respeito, seria razoável concluir que<br />

foram fabricadas por egípcios minúsculos que viviam nas terras desertas da<br />

Antártida? (A hipótese se adapta vagamente às observações, mas muitos<br />

outros dados que conhec<strong>em</strong>os sobre o meio ambiente polar e a fisiologia dos<br />

seres humanos a contradiz<strong>em</strong>.) São na verdade geradas pela erosão<br />

provocada pelo vento – o respingo de partículas finas levantadas por ventos<br />

fortes que sopram sobretudo na mesma direção e que, com o t<strong>em</strong>po,<br />

esculp<strong>em</strong> pirâmides primorosamente simétricas no que outrora eram

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