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Carl Sagan, em "O mundo assombrado pelos demônios - Interessante

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maneira segura de testar as defesas do adversário é fazer um avião<br />

ultrapassar as fronteiras do território inimigo e verificar quanto t<strong>em</strong>po eles<br />

levam para perceber a violação. Os Estados Unidos faziam essa operação<br />

rotineiramente para testar as defesas aéreas soviéticas.<br />

Nos anos 50 e 60, os Estados Unidos tinham excelentes sist<strong>em</strong>as de<br />

defesa por radar protegendo as suas costas leste e oeste, e especialmente as<br />

passagens ao norte (pelas quais viriam muito provavelmente um<br />

bombardeiro ou um ataque de mísseis soviéticos). Mas havia uma área<br />

vulnerável – não havia nenhum sist<strong>em</strong>a significativo de alerta antecipado<br />

para proteger a via de acesso ao sul, geograficamente muito mais onerosa.<br />

Essa é com certeza uma informação vital para um potencial adversário.<br />

Sugere imediatamente uma simulação: um ou mais aviões de alta velocidade<br />

sa<strong>em</strong> zunindo do Caribe, por ex<strong>em</strong>plo, e entram no espaço aéreo norteamericano,<br />

percorrendo, vamos supor, algumas centenas de quilômetros ao<br />

longo do rio Mississippi, antes que um radar da defesa aérea dos Estados<br />

Unidos os detecte. Então os intrusos som<strong>em</strong> rapidamente da região. (Ou,<br />

numa experiência de controle, um avião norte-americano de alta velocidade é<br />

seqüestrado e enviado <strong>em</strong> surtidas não anunciadas, para determinar o grau<br />

de vulnerabilidade das defesas aéreas dos Estados Unidos.) Nesse caso, é<br />

possível que observadores civis e militares avist<strong>em</strong> o objeto a olho nu e pelo<br />

radar, resultando num grande número de notificações independentes. O que<br />

é relatado não corresponde a nenhum avião conhecido. A Força Aérea e as<br />

autoridades da aviação civil afirmam sinceramente que nenhuma de suas<br />

aeronaves é responsável. Mesmo que esteja pressionando o Congresso a<br />

financiar um sist<strong>em</strong>a de alerta antecipado para a fronteira sul, é improvável<br />

que a Força Aérea reconheça que um avião soviético ou cubano conseguiu<br />

chegar até New Orleans, muito menos até M<strong>em</strong>phis, antes que alguém o<br />

detectasse.<br />

Mais uma vez, t<strong>em</strong>os todas as razões para esperar a presença de<br />

uma equipe investigadora de alto nível técnico, observadores civis e da Força<br />

Aérea recebendo ordens para se calar e uma eliminação de dados não apenas<br />

aparente, mas real. De novo, essa conspiração de silêncio não se refere<br />

necessariamente a espaçonaves alienígenas. Mesmo décadas mais tarde,<br />

ainda há razões burocráticas para o Departamento de Defesa silenciar sobre<br />

essas dificuldades. Há um potencial conflito de interesses entre as<br />

preocupações paroquiais do Departamento de Defesa e a solução do enigma<br />

dos UFOs.<br />

Além disso, algo que nessa época preocupava tanto a Agência<br />

Central de Inteligência (CIA) como a Força Aérea dos Estados Unidos era que<br />

os UFOs pudess<strong>em</strong> obstruir os canais de comunicação numa crise nacional e<br />

confundir as visões de aeronaves inimigas percebidas a olho nu e pelo radar –

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