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BRASIL

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dos estádios – ou foram implementadas apenas algumas adequações viárias<br />

com pouco impacto estruturante para a mobilidade urbana.<br />

Embora houvesse previsão inicial de 11 empreendimentos de grande<br />

porte, em Porto Alegre foram realizadas apenas duas obras no entorno do<br />

estádio Beira-Rio, uma que visava à construção de vias de acesso e outra que<br />

previa apenas a pavimentação de seu entorno. Considerando as necessidades<br />

de uma cidade de 1,4 milhão de habitantes, pode-se considerar que o<br />

legado para a mobilidade urbana foi praticamente inexistente. Com obras<br />

de microacessibilidade e de rotas de pedestres no entorno do estádio Fonte<br />

Nova, Salvador é um caso muito parecido. Embora haja obras para a circulação<br />

de pedestres, é necessário lembrar que o acesso ao estádio é quase que<br />

totalmente dependente do automóvel e, por esse motivo, conta com duas<br />

mil vagas para estacionamento, sendo que mil delas estão em um edifício<br />

garagem construído junto ao estádio.<br />

Em São Paulo, como já foi mencionado anteriormente, os investimentos<br />

se resumiram a intervenções viárias restritas territorialmente ao entorno<br />

do estádio “Arena Corinthians”, local dos seis jogos realizados na cidade.<br />

Essa intervenção pontual está, obviamente, aquém das necessidades dessa<br />

metrópole de mais de 20 milhões de habitantes. Neste momento, é difícil<br />

imaginar qual será o impacto urbanístico dessas obras na Zona Leste da<br />

cidade, onde está localizado o estádio e que historicamente carece de investimentos<br />

públicos em infraestrutura e serviços coletivos. No entanto, é<br />

possível afirmar que, pela natureza estritamente rodoviária e pela abrangência<br />

territorial limitada, essa única ação no campo da mobilidade vinculada<br />

ao megaevento não teve capacidade de provocar impacto na mobilidade urbana<br />

da população dessa área.<br />

Brasília e Natal são casos em que os empreendimentos também foram<br />

pontuais e se resumiram em ações de intervenção viária, que visavam<br />

resolver gargalos e dar mais fluidez ao trânsito de veículos particulares. No<br />

caso de Natal, o principal exemplo é a intervenção no Corredor Estruturante-Zona<br />

Norte, que visava claramente melhorar o acesso ao estádio “Arena<br />

das Dunas”, ou seja, está se falando de um empreendimento de R$ 370,9 milhões<br />

cujo único objetivo era o aumento pontual da capacidade de tráfego.<br />

Em Brasília o investimento em mobilidade resume-se à construção de duas<br />

pistas marginais à rodovia DF-047 e à construção de um viaduto.<br />

Como foi afirmado anteriormente, Manaus tem um legado no campo<br />

da mobilidade absolutamente nulo, apesar da promessa de legado que<br />

convenceu a população a aceitar inclusive a construção de um estádio no<br />

valor de R$ 669 milhões, em uma cidade com pouca tradição futebolística. A<br />

construção de um monotrilho chegou a ser prevista inicialmente, mas a licitação<br />

foi cancelada pela Justiça Federal do Amazonas ao encontrar irregu-<br />

120 Metropolização e Megaeventos

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