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BRASIL

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mais, “as comunidades étnicas e culturalmente diferentes... se uniram para<br />

comemorar e desfrutar a cidade”. 86 Enquanto a classe trabalhadora estava<br />

excluída dos estádios, o comentarista acadêmico e social, Richard Calland,<br />

mencionou “antes de 11 de junho a classe média que gostava de futebol era<br />

uma minoria... [eles] viam o futebol como algo negativo, vendo que se não<br />

um esporte “negro”, deveria ser então um esporte de classe baixa. Essa visão<br />

elitista foi sacudida, se não destruída... Agora eles entendem que isso é o<br />

jogo global... Rúgbi, eles agora entendem, é um esporte de minoria – quando<br />

comparado com o futebol”. 87<br />

A África do Sul sediou alguns eventos esportivos desde a posse de<br />

Mandela in 1994. Dois eventos são rapidamente lembrados: a Copa do Mundo<br />

FIFA de 2010 e a Copa do Mundo de Rúgbi de 1995. É tentador comparar<br />

os dois eventos. Em 1995, o momento histórico foi quando o icônico Mandela,<br />

vestido com a camiseta do Springbok, entregou o troféu William Webb<br />

Ellis ao capitão sul-africano Francois Pienaar. Para os historiadores Grundlingh<br />

e Nauright, 1995 representou “um momento de reconciliação nacional<br />

[e] o triunfo de uma imagem icônica cultural e política”. 88 Enquanto o<br />

Mandela foi essencial para o dossiê de candidatura para sediar a Copa do<br />

Mundo na África do Sul, ele participou somente de um evento antes da final<br />

do torneio. O evento de 1995 foi crucial para a unificação e fortalecimento<br />

da nação pós-Apartheid, 2010 representou um momento em que a África<br />

do Sul olhou para fora, demonstrando para a audiência global que poderia<br />

sediar o maior evento esportivo do planeta.<br />

Um legado incerto da Copa do Mundo de 2010 é a viabilidade dos estádios<br />

construídos e reformados para o torneio de um mês. Em certos locais<br />

não há times profissionais como Nelspruit e Port Elizabeth. Onde há times<br />

profissionais, eles não têm base de fãs para preencher os estádios. Os times<br />

mais famosos da África do Sul são de Soweto: Kaizer Chiefs e Orlando Pirates.<br />

Quando esses times se enfrentam eles lotam a Cidade do Futebol em Johanesburgo.<br />

No entanto, esse não é o caso quando eles jogam contra times<br />

menores. Por exemplo, o Ajax da Cidade do Cabo joga no Estádio da Cidade<br />

do Cabo onde há 64.000 assentos. A média de público em 2013 foi de 8.000,<br />

enquanto a PSL contava com 6.000. 89 Os organizadores locais insistiram no<br />

dossiê de candidatura que os estádios seriam construídos “...de forma economicamente<br />

viável para beneficiar a comunidade por muitas décadas”. 90<br />

86 Ibid.<br />

87 Richard Calland, Mail & Guardian, 9-15 July, 2010, p. 24.<br />

88 Albert Grundlingh and John Nauright, World’s Apart? The 1995 Rugby World Cup and the<br />

2010 FIFA World Cup in Peter Alegi and Chris Bolsmann (eds.) Africa’s World Cup: Critical Reflections<br />

on Play, Patriotism, Spectatorship, and Space. Ann Arbor: University of Peter Michigan<br />

Press, 2013.<br />

89 http://espnfc.com/stats/attendance/_/league/rsa.1/south-african-premiership?cc=5739<br />

90 South African Football Association 2010 bid book: 20.<br />

536 Metropolização e Megaeventos

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