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BRASIL

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Afinal, o que ficou da Copa 2014<br />

para as Cidades-Sede no Brasil?<br />

Uma análise dos impactos urbanos<br />

em Salvador-Bahia<br />

Angela Gordilho Souza 1<br />

Introdução<br />

A realização da copa do mundo organizada pela Federação Internacional de<br />

Futebol Associado (FIFA), a cada quatro anos, desde 1930, tem sido um megaevento<br />

internacional de grande alcance, pela popularidade desse esporte<br />

em escala global e pela sua ressonância ampliada, com as possibilidades<br />

avançadas de comunicação e negócios corporativos na atualidade. Como<br />

crescentemente vem ocorrendo nas edições das últimas décadas, a realização<br />

da 20 a Copa do Mundo no Brasil, entre os dias 12 de junho a 13 de julho<br />

de 2014, demandou recursos públicos muito elevados nos preparativos para<br />

receber tal evento. A partir do anúncio das cidades-sede, em 31 de maio de<br />

2009, definiu-se uma matriz de responsabilidades, com um amplo escopo de<br />

compromissos, incluindo intervenções urbanas nas 12 cidades selecionadas<br />

para a realização dos jogos, o que têm gerado polêmicas e ambiguidades<br />

na adesão coletiva. Se, por um lado, esse mundial traz grandes expectativas<br />

para os torcedores desse esporte, por outro, as medidas adotadas nos preparativos<br />

têm provocado fortes resistências no país. No âmbito desse processo,<br />

outros condicionantes ocasionaram um elenco de grandes projetos para<br />

essas metrópoles que sediarão os jogos, com destaque para a (re)construção<br />

de novas arenas, intervenções na mobilidade urbana, renovação de espaços<br />

centrais ociosos e remoções em áreas habitadas, com fortes implicações na<br />

privatização ampliada dessas cidades.<br />

Neste momento, às vésperas do torneio mundial, já é possível fazer<br />

uma avaliação dos principais alcances desse processo, com base nas pes-<br />

1 Doutora em Arquitetura e Urbanismo. Professora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e<br />

Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (PPGAU-FAUFBA) e coordenadora do LabHabitar.<br />

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