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BRASIL

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Outra questão do Estádio Beira-rio é a da acessibilidade. Ainda que o<br />

clube afirme que seguiu todos os requisitos do Plano de Acessibilidade da<br />

FIFA e do município, foi protocolado na Justiça um Termo de Ajustamento<br />

de Conduta (TAC) provocado pela Associação Nacional de Torcedores, pois<br />

o estádio apresentou diversas falhas na acessibilidade para portadores de<br />

necessidades especiais.<br />

A Arena Porto-Alegrense ou “Arena do Grêmio” foi construída entre<br />

setembro de 2010 e dezembro de 2012 pela Construtora OAS. Esta realizou a<br />

obra em parceria com a Grêmio Empreendimentos, sendo que a administração<br />

do estádio é realizada pela empresa Arena Porto-Alegrense cujo capital<br />

majoritário é da OAS Arenas. O custo inicial da obra era de R$ 300 milhões,<br />

sendo que o custo final foi de cerca de R$ 613 milhões. O Grêmio aproveitou-<br />

-se da conjuntura favorável e dos incentivos fiscais dados para as obras da<br />

Copa e inseriu o projeto do novo estádio no contexto do megaevento. Para<br />

isto – embora anuncie que a obra se realizou sem recursos públicos – recebeu<br />

em doação um terreno do Governo do Estado do RS (37 hectares), dos<br />

quais nove hectares foram utilizados pelo clube (estádio e centro de treinamento)<br />

e 28 repassados para a OAS que realizará empreendimentos imobiliários<br />

nos terrenos. A área do estádio Olímpico também será repassada<br />

à OAS, que beneficiará com as mudanças de regime urbanístico aprovado<br />

pela Câmara Municipal de Porto Alegre para a realização de um grande empreendimento<br />

imobiliário no local.<br />

Quanto à gestão do estádio, enquadrado no novo modelo de arenas<br />

multiuso privadas, este deve auferir lucro permanentemente, seja com jogos<br />

ou shows. Agrava-se pelo fato de que a construtora será “parceira” do clube<br />

por 20 anos, período durante o qual receberá parcela significativa das rendas<br />

de jogos. Com isso o preço dos ingressos foi majorado significativamente,<br />

elitizando o público da Arena e gerando alguns problemas econômicos<br />

para o clube.<br />

Porto Alegre conta assim com dois estádios padrão FIFA, com plenas<br />

condições de receber jogos da Copa do Mundo. Entretanto, estes estádios<br />

após a Copa (na Arena isto já acontece), receberão um público elitizado, disposto<br />

a pagar um preço elevado por uma partida de futebol. Bem distante da<br />

tradição esportiva do estado, que fiz do futebol gaúcho um esporte popular<br />

e de massas. É a modernidade do megaevento promovendo rupturas sociais<br />

e culturais na cidade.<br />

Os espaços públicos<br />

Entre as mudanças urbanas importantes de “Porto Alegre da Copa” está a<br />

relação entre a cidadania e os espaços públicos. Coincidentemente, ao se<br />

iniciar o processo de nomeação da cidade como uma das sedes da Copa,<br />

382 Metropolização e Megaeventos

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