19.08.2016 Views

BRASIL

002721822

002721822

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

já apresentava grande parte da infraestrutura prevista pronta. Do embate e<br />

a partir da atuação política de representantes e simpatizantes do clube, o<br />

Joaquim Américo Guimarães foi escolhido como estádio da Copa 15 .<br />

Segundo as projeções iniciais, as quais tinham como referência o guia<br />

de estádios da FIFA de 1995, o Clube Atlético Paranaense teria condições<br />

de arcar com os custos de reforma do estádio Joaquim Américo Guimarães,<br />

em torno de R$ 69 milhões, afinal, quando foi indicado era considerado um<br />

dos mais modernos do Brasil e as adequações não seriam tão complexas e<br />

dispendiosas. Porém, com o lançamento de novas determinações para os<br />

estádios em 2007 e 2008, o clube chegou em 2009 à conclusão de que não<br />

teria recursos para a adequação do estádio e que, caso não tivesse ajuda dos<br />

governos estadual e municipal, desistiria de sediar os jogos da Copa.<br />

Assim, em setembro de 2010, alguns meses após a assinatura da Matriz<br />

de Responsabilidades, foi firmado o Convênio 19.275 entre o Estado do<br />

Paraná, o Município de Curitiba e o Clube Atlético Paranaense, em que ficou<br />

decidido que cada parte seria responsável por até R$ 45 milhões, completando<br />

os R$ 135 milhões previstos para a reforma e conclusão do estádio. Entre<br />

as principais atribuições do convênio, ao município competiria a emissão<br />

de R$ 90 milhões em títulos de potencial construtivo para serem utilizados<br />

nas obras do estádio 16 . Ao estado caberia o repasse de até R$ 45 milhões para<br />

o município para a implementação do conjunto de medidas, programas e<br />

projetos necessários para a realização da Copa, além de disponibilizar para<br />

o Clube, através do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do<br />

Paraná (FDE), linha de financiamento no valor de um terço da obra, pelo<br />

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tendo<br />

como garantia os títulos de potencial construtivo emitidos pelo município<br />

de Curitiba. E o Atlético ficaria responsável pelos R$ 45 milhões restantes,<br />

incluindo o montante referente aos incentivos fiscais e aos projetos e obras<br />

já executados e pagos pelo clube. As contrapartidas do clube foram bastante<br />

questionadas, pois previam ceder camarote e espaço para os governos estadual<br />

e municipal, realizar campeonatos com escolinhas de futebol, entre<br />

outros 17 .<br />

Além das contrapartidas, o Clube também ficou responsável pela<br />

contratação de todos os projetos de arquitetura e engenharia, obras e serviços<br />

destinados às necessárias adequações do estádio. Em um primeiro momento,<br />

houve a intenção de contratar uma empreiteira, sendo que as opções<br />

15 Conforme informações disponibilizadas no jornal Gazeta do Povo, de 18/05/2011.<br />

16 Em 2012, através de lei municipal, o valor máximo do potencial construtivo a ser concedido<br />

foi ampliado para R$ 123.066.666,67.<br />

17 Informações sobre a legislação que permitiu a concessão dos títulos de potencial construtivo<br />

ao Clube Atlético Paranaense podem ser encontradas em Silva e Peichó (2013). Maiores<br />

detalhes sobre a “engenharia financeira” envolvendo Estado do Paraná, Município de Curitiba<br />

e Clube Atlético Paranaense podem ser obtidos em CPC (2013).<br />

Elementos para a Compreensão das Transformações de Curitiba em Face da Copa 2014 289

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!