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BRASIL

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quisas desenvolvidas nos últimos dois anos 2 , analisando-se, neste capitulo,<br />

os resultados dessa dinâmica urbana recente de Salvador, uma das cidades-<br />

-sede. Buscou-se analisar a abrangência, as alterações e os impactos dessas<br />

intervenções, bem como dos projetos anunciados para além da Copa 2014,<br />

com foco na produção, gestão e configuração espacial, pontuando as tensões<br />

emergentes e perspectivas de real enfrentamento das problemáticas<br />

urbanas aí presentes, o que impõe um amplo debate pelo direito à cidade. 3<br />

O legado dos megaeventos no contexto urbano<br />

dos países emergentes e a Copa 2014<br />

No processo crescente de globalização da economia e ampliação do consumo<br />

dos lugares, os megaeventos mundiais, que recorrentemente ocorrem<br />

nos países centrais, passam a ser sediados, em alternância, nos países de<br />

economias emergentes, como recentemente, na China (2008) e na África do<br />

Sul (2010), seguidos pelo Brasil (2014 e 2016) e Rússia (2014 e 2018). Nessas<br />

situações, as adversidades urbanas, decorrentes do imenso passivo de déficits<br />

sociais e de infraestrutura acumulados, acabam por trazer outros desdobramentos<br />

quanto aos investimentos preparatórios nas cidades-sede, como<br />

se observa nos projetos realizados para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.<br />

O legado anunciado para as cidades que acolhem o megaevento<br />

são os grandes investimentos públicos realizados, que trazem outros<br />

benefícios indiretos, além dos novos equipamentos urbanos e<br />

melhorias implantadas: atraem capitais e novos investimentos, criam<br />

empregos e geram renda. Com base nesses argumentos, justifica-se a<br />

agilidade de execução dos preparativos, decididos de forma centralizada<br />

para atender às exigência da FIFA. Tais preparativos acabam por<br />

imprimir medidas de exceção nos ajustes legais para a sua realização,<br />

com grandes investimentos públicos que se viabilizam por meio de parcerias<br />

do setor público com o setor privado.<br />

Utiliza-se, assim, o receituário surgido com o chamado “planejamento<br />

estratégico”, implantado com sucesso emblemático em Barcelo-<br />

2 Este trabalho toma como referência pesquisas desenvolvidas pela autora no LabHabitar –<br />

FAUFBA, entre 2012 e 2014, no âmbito do projeto nacional em rede Metropolização e Megaeventos:<br />

impactos dos Jogos Olímpicos/2016 e Copa do Mundo/2014 − Finep/CNPq (2011/2014),<br />

coordenado pelo Observatório das Metrópoles/IPPUR-UFRJ, com núcleos de pesquisa nas 12<br />

cidades-sede. Agradeço as contribuições do grupo de pesquisa local, composto inicialmente<br />

por Luciana Carpaneda e Jandira de Assis Borges, acrescido posteriormente das contribuições<br />

de pesquisa de Heliana Faria Mettig Rocha, Any Brito Ivo e Mariana Moreira Pereira Dias.<br />

3 Um primeiro ensaio dessa análise foi desenvolvido em trabalho anterior da autora, (GOR-<br />

DILHO-SOUZA, 2014) integrado ou tra rede de pesquisa local: Metrópoles na Atualidade Brasileira:<br />

Região Metropolitana de Salvador – Pronex/Fapeb (2011/2014), UFBA-UCSal, com<br />

publicação aprovada pela EDUFBA em 2013.<br />

438 Metropolização e Megaeventos

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