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BRASIL

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laridades no procedimento aberto pelo governo em 2010 para a contratação<br />

da intervenção 7 .<br />

Como se constata, as características das intervenções variam entre as<br />

cidades-sede, indo de intervenções com alguma abrangência metropolitana<br />

a cidades que tiveram o legado prometido absolutamente nulo. O importante<br />

a se destacar é que, independente de sua característica, os investimentos<br />

em transportes para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 estão, na<br />

maioria das vezes, e em alguma escala de observação, concentrados territorialmente,<br />

como pode ser visualizado na série de figuras acima.<br />

Os tipos de investimento: o que sinaliza as ações<br />

de mobilidade urbana para Copa do Mundo 2014<br />

A prioridade dada aos investimentos em infraestrutura viária é uma marca<br />

histórica da constituição do sistema de mobilidade urbana no Brasil. Estudiosos<br />

da questão têm apontado para os riscos da reprodução de um padrão<br />

de mobilidade baseado insustentavelmente no transporte individual<br />

(VASCONCELLOS, 2013), nos automóveis e, cada vez mais, nas motos que<br />

aparecem como a principal estratégia da população de baixa renda moradora<br />

das periferias metropolitanas. O ritmo de crescimento dos carros supera<br />

o da população nas 15 principais regiões metropolitanas brasileiras,<br />

onde, entre 2001 e 2013, houve um aumento de mais de 12,6 milhões de<br />

automóveis, exatamente 100,3%. Os números de crescimento das motos nas<br />

15 principais regiões metropolitanas são ainda mais impressionantes. Entre<br />

2001 e 2013 elas saltam de pouco mais de 3,2 milhões para 15,9 milhões.<br />

Isso representa um crescimento de 384,8%, ou seja, 3,8 vezes maior do que<br />

o crescimento dos carros 8 . Apesar do preço e das vantagens que os usuários<br />

encontram no tráfego urbano, seus benefícios individuais encontram uma<br />

contrapartida socialmente desvantajosa e trágica. O número de acidentes<br />

fatais com usuários de motocicleta aumentou de 725, em 1996, para 6.970<br />

em 2006. Hoje, a maior parte do seguro DPVAT é paga a vítimas de “acidentes”<br />

envolvendo motocicletas.<br />

A década dos anos 2000, na verdade, pode ser considerada o ápice<br />

do modelo rodoviarista que orientou as políticas de mobilidade urbana e,<br />

pari passu, a produção do espaço urbano no Brasil. É, inclusive, a partir desse<br />

contexto que o que foi prometido para a Copa do Mundo 2014 deve ser<br />

observado, considerando, principalmente, quais tipos de ações estão sen-<br />

7 http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/31/estudo-diz-que-monotrilho-de-manaus-e-inviavel-e-justica-cancela-licitacao.htm<br />

8 Esses dados são todo de um relatório elaborado pelo Observatório das Metrópoles (OBSER-<br />

VATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2013).<br />

Mobilidade Urbana nos Megaeventos Esportivos 121

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