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BRASIL

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dação hierárquica na modernidade capitalista. As então chamadas nações<br />

“BRICS” (Brasil, Rússia, Índia, China e mais recentemente, a África do Sul)<br />

foram especialmente notáveis aqui, com as Olimpíadas concedidas para<br />

Beijing em 2008, Sochi na Rússia em 2014, e Rio de Janeiro em 2016, enquanto<br />

os Jogos Olímpicos da Juventude foram concedidos a Nanjing em 2014.<br />

Desde 2000, as Copas do Mundo de Futebol Masculino foram concedidas<br />

à África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018) e Catar (2022), enquanto<br />

a Exposição Mundial de 2010 foi sediada em Xangai, e será organizada em<br />

Dubai, em 2020. A correlação entre ambição do crescimento econômico e<br />

sediar eventos aparece para explicar sobre a atração dos megaeventos globais<br />

pra cidades e países do Leste e Sul Global.<br />

Enquanto os megaeventos foram rotineiramente vistos como estimulantes<br />

econômicos que constroem infraestrutura, proporcionam emprego,<br />

atraem turistas e frequentadores de convenções, e deixam legados positivos<br />

de maior visibilidade, melhoramento dos transportes urbanos, instalações<br />

de esporte e convenção, sediar megaeventos internacionais também<br />

tem um efeito simbólico, anunciando o status da cidade sede ou país como<br />

um local importante nas redes globais de poder político e econômico. Nesse<br />

sentido, a crescente visibilidade de cidades e países no Leste e Sul Global em<br />

sediar megaeventos espetaculares pode discutivelmente ser levada como<br />

um indicador de mudança de poder global em um crescente contingente na<br />

ordem global.<br />

Ao mesmo tempo, ao tomar uma abordagem crítica para os megaeventos<br />

esportivos, nós não devemos negar suas atrações. A atração de megaeventos<br />

(esportivos) é que eles possuem “caráter dramático”, “apelo popular<br />

de massa” e “importância internacional” (ROCHE 2000, p. 1). Megaeventos<br />

esportivos oferecem uma atmosfera festiva, emocionalmente atrativa<br />

e acontecimentos compulsivos, e a possibilidade de moldar os horizontes<br />

pessoais de tempo de massas de pessoas nas nações que os hospedam, e<br />

além. Megaeventos esportivos são atrativos para visitantes, fãs e pessoas<br />

que normalmente não se interessam ou se envolvem no esporte.<br />

Desde 2000, aconteceram 21 edições de megaeventos esportivos que<br />

mencionei anteriormente, realizados em diferentes continentes pelo mundo.<br />

No momento em que escrevia (março de 2014), outros 11 acontecerão<br />

entre junho de 2014 e 2022. Em cada um desses eventos que aconteceram,<br />

encontramos debates similares sobre os 10 tópicos seguintes (HORNE 2007,<br />

p. 86-91): desenvolvimento com base no consumo versus redistribuição social;<br />

renovação (ou “gentrificação”); remoção (mais conhecida como “realocação”);<br />

benefício público versus benefício privado; impacto global versus<br />

impacto local; concentração especial; emprego; turismo; consentimento industrial;<br />

e a existência de “coalizões de oposição”. Esses tópicos continuarão<br />

a ser centrais para a pesquisa em Ciências Sociais no futuro (ver GRUNEAU;<br />

HORNE, 2015).<br />

488 Metropolização e Megaeventos

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