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BRASIL

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em substituição à proposta de “administração popular”. Este novo conceito<br />

considera a gestão da cidade como o<br />

processo que promove um ambiente social de diálogo e cooperação,<br />

com alto nível de democracia e conectividade, estimulando<br />

a constituição de parcerias entre todos os setores da<br />

sociedade, através do protagonismo do cidadão gestor, ativo<br />

empoderado e capacitado para perseguir e alcançar o desenvolvimento<br />

sustentável e governar. (BUSATTO, 2005, p. 3-4).<br />

Foram evidentes as mudanças na gestão urbana e as opções do novo<br />

modelo de governo local, especialmente quanto ao estabelecimento de<br />

“parcerias estratégias” entre o setor público e o setor privado e a “pactuação<br />

de compromissos de corresponsabilidade” e o estímulo do “protagonismo<br />

do cidadão gestor” (op. cit. p. 4). Os grandes projetos privados de desenvolvimento<br />

urbano se encaixaram perfeitamente neste novo modelo numa<br />

quase perfeita confluência de interesses entre a conjuntura nacional e a<br />

conjuntura local. O novo modelo de desenvolvimento, na sua vertente urbana<br />

baseado nas obras de infraestrutura e na expansão imobiliária permitiu a<br />

inauguração de um novo ciclo de acumulação urbana na cidade.<br />

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA)<br />

da cidade foi revisado em 2009 “flexibilizando” as regulamentações do uso<br />

do solo e diminuindo os degraus de aprovação dos “Projetos Especiais de<br />

Impacto Urbano”, o que caiu como uma luva para as obras da Copa e os<br />

construtores interessados em grandes projetos imobiliários. Soma-se a isto<br />

a facilidade como os projetos são aprovados no Conselho Municipal de Desenvolvimento<br />

Urbano e Ambiental – CMDUA. Em manifestações recentes<br />

dos conselheiros, observa-se que o conselho se converteu em muitos casos,<br />

como local de legitimação de projetos definidos previamente. Quando muito,<br />

o referido conselho questiona algumas contrapartidas quando há mobilização<br />

das comunidades envolvida s7 .<br />

A designação da cidade como uma das sedes da Copa do Mundo foi<br />

considerada uma “janela de oportunidades” para destravar projetos urbanos<br />

que estavam congelados por carências de recursos ou dificuldades gerenciais.<br />

Na “Matriz de Responsabilidades” encontramos a lista das obras<br />

necessárias para a realização da Copa do Mundo na cidade, com um custo<br />

de mais de 500 milhões de reais. Entre elas, as obras relativas à mobilidade<br />

urbana, a ampliação das avenidas Tronco, Beira-rio, Severo Dullius, Terceira<br />

Perimetral e Voluntários da Pátria; os BRTs (Bus Rapid Transit) das avenidas<br />

7 Ver: http://reformaurbanars.blogspot.com.br/search/label/CMDUA e http://reformaurbanars.blogspot.com.br/2013/11/planejamento-urbano-ao-alcance-de-todos.html.<br />

Acessado<br />

em fevereiro de 2014<br />

370 Metropolização e Megaeventos

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