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BRASIL

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Tabela 2. Variação do Índice FIPE/ZAP entre julho de 2010 e junho de 2013.<br />

Cidade<br />

Variação do preço médio de imóveis à venda<br />

(jul/2010 a junho/2013) *<br />

Rio de Janeiro + 154 %<br />

São Paulo + 115 %<br />

Recife + 75 %<br />

Belo Horizonte + 61 %<br />

Fortaleza + 47 %<br />

Brasília + 30 %<br />

Salvador + 29 %<br />

* Obs: O período utilizado para as cidades de Brasília e Salvador é de ago/2010<br />

e julho/2013, devido a inexistência de dados para julho/2010.<br />

Disponível em http://www.zap.com.br/imoveis/fipe-zap/<br />

Como era de se esperar, esta nova dinâmica teve impactos nas condições<br />

de acesso à habitação, que já são historicamente precárias 4 . Apenas<br />

entre 2011 e 2012, houve um aumento médio de mais de 10% no déficit habitacional<br />

das regiões metropolitanas brasileiras monitoradas pelo IBGE 5 .<br />

Tal déficit foi especialmente impulsionado pelo rápido crescimento do custo<br />

despendido com moradia 6 , fazendo com que ocorresse um acréscimo<br />

expressivo no número de famílias pobres – com rendimentos de até três salários<br />

mínimos – que comprometem mais de um terço de sua renda com<br />

aluguel. Em todo o país, este número subiu 35% somente no intervalo 2007-<br />

2012 (FJP, 2014).<br />

O subsídio governamental ao setor imobiliário teve um crescimento<br />

de 575% entre 2002 e 2011 (MARICATO, 2013). Importante papel neste cenário<br />

é desempenhado pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), iniciado<br />

em 2009 pelo governo federal. Embora haja um montante inédito de<br />

recursos para a construção de casas para famílias com rendimentos até 3 salários<br />

mínimos, sua utilização se deu através de mecanismos que garantem<br />

às empreiteiras contratadas a escolha do terreno para as novas moradias.<br />

Uma vez que estas empresas procuram maior rentabilidade, os empreendimentos<br />

do PMCMV para as faixas mais baixas de renda acabaram por se<br />

localizar nas áreas mais baratas, e portanto, mais periféricas, das grandes ci-<br />

4 Os números do Censo 2010 indicam um déficit habitacional de 5,8 milhões de casas.<br />

5 Levantamento feito pela Fundação João Pinheiro (2014) para Belo Horizonte, Curitiba, São<br />

Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belém e Salvador. Estas regiões metropolitanas<br />

representam 31% da população brasileira.<br />

6 Os outros critérios para o cálculo do déficit habitacional são a precariedade em termos de<br />

infra-estrutura, a coabitação familiar e o excesso de moradores em domicílios alugados. Para<br />

mais informações ver Fundação João Pinheiro, 2014.<br />

208 Metropolização e Megaeventos

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