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Kimberley para os párias do campeonato que rasgaram os sonhos de um<br />

time africano de chegar às semi-finais pela primeira vez. 78<br />

Estádios, parques para fãs e legados incertos<br />

O espetáculo de futebol de 2010 foi assistido por praticamente toda a disponibilidade<br />

de lugares dos estádios. De acordo com a FIFA, mais de 3 milhões<br />

de ingressos, 97% de todos os ingressos, foram vendidos. 79 Mais de 53.000 80<br />

foram direcionados aos trabalhadores da construção civil em comparação<br />

com 66.140 que foram destinados aos “parceiros de transmissão”. 81 Somente<br />

36.000 dos 3.178.856 de ingressos vendidos foram destinados a “africanos<br />

estrangeiros”. 82 O preço dos ingressos para sul-africanos era de 20 dólares.<br />

Isso quer dizer que um sul-africano trabalhando como caixa durante a Copa<br />

do Mundo, ou na hospitalidade de estádios, ou segurança, teria que trabalhar<br />

um turno de 10 horas para pagar um ingresso. 83 Antes da Copa do Mundo,<br />

os maiores nomes sul-africanos jogavam pela Liga Profissional de Futebol<br />

(PSL, em inglês) que cobrava 2 dólares por ingresso para uma partida. 84 Assim,<br />

os ingressos para a Copa do Mundo eram muito mais caros. A família de<br />

classe média tradicional, e primeiramente os fãs negros, foram isolados do<br />

espetáculo de um mês por causa de dinheiro. O torneio da África do Sul de<br />

2010 representou um momento que a classe média, com dinheiro de sobra,<br />

poderia desfrutar do futebol internacional. Os que não tinham condições<br />

de pagar os ingressos foram direcionados aos parques de fãs e outras áreas<br />

gratuitas. O parque oficial de fãs tinha entrada gratuita e foi muito popular<br />

na África do Sul em 2010. Fãs puderam assistir os jogos em telões enquanto<br />

as pessoas se divertiam entre elas. Em Durban, um dos parques de fãs estava<br />

na beira da praia. De acordo com Roberts e Bass, “a atmosfera era elétrica,<br />

e a cidade não parava de falar sobre isso”. 85 E realmente, o parque de fãs<br />

virou um “ímã” e fãs as vezes não podiam entrar por causa da lotação. Ade-<br />

78 David Patrick Lane, Chronicling the Uruguayan World Cup Experience Across South Africa<br />

in Peter Alegi and Chris Bolsmann (eds.) Africa’s World Cup: Critical Reflections on Play, Patriotism,<br />

Spectatorship, and Space. Ann Arbor: University of Peter Michigan Press, 2013.<br />

79 FIFA 2010 FIFA World Cup South Africa Marketing Highlights, p. 168.<br />

80 FIFA 2010 FIFA World Cup Ticket Fund, p. 3.<br />

81 FIFA 2010 FIFA World Cup Ticketing media Information, p. 4.<br />

82 2010 FIFA World Cup South Africa, Technical Report and Statistics, 2010 http://www.fifa.<br />

com/mm/document/affederation/technicaldevp/01/29/30/95/reportwm2010_web.pdf<br />

83 Mail & Guardian, 18-24 June, 2010, p. 3.<br />

84 Marc Fletcher ‘You must support Chiefs: Pirates already have two white fans!’: Race and Racial<br />

Discourse in South African Football in Peter Alegi and Chris Bolsmann (eds.) South Africa<br />

and the Global Game: Football, Apartheid and Beyond. Oxford 2010.<br />

85 David Roberts and Orli Bass, The World Cup Geography of Durban: What will Endure? in Peter<br />

Alegi and Chris Bolsmann (eds.) Africa’s World Cup: Critical Reflections on Play, Patriotism,<br />

Spectatorship, and Space. Ann Arbor: University of Peter Michigan Press, 2013.<br />

A Copa do Mundo de 2010 na África do Sul 535

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