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eram a Triunfo ou a OAS. No entanto, foi escolhida a opção em que o próprio<br />

Clube gerenciaria as obras e contrataria as empresas. A justificativa se pautou<br />

no argumento de que a obra seria mais econômica se não houvesse a<br />

intermediação de uma empreiteira. Assim, em 2011, foi criada a Sociedade<br />

de Propósito Específico, a CAP S/A Arena dos Paranaenses, responsável pelo<br />

recebimento dos recursos advindos do potencial construtivo e dos repasses<br />

do FDE e pelo gerenciamento da obra.<br />

Em relação às empresas contratadas pelo Clube, conforme relação<br />

disponibilizada em março de 2013 (CAP S/A, 2013), houve a opção por várias<br />

de atuação local. Do total de 51 contratadas até aquele momento, em<br />

torno de 72,5% eram originárias de Curitiba ou Região Metropolitana. Além<br />

da quantidade, essas empresas do mesmo modo tinham os maiores valores<br />

contratados, afinal, eram de empresas locais os contratos superiores a R$ 5<br />

milhões.<br />

As relações entre Clube e empresas foram além da priorização da escala<br />

local. A possibilidade de se contratar diretamente, sem necessidade de<br />

licitação como seria o caso de uma obra pública, beneficiou empresas pertencentes<br />

a familiares do presidente do Clube Atlético Paranaense, como no<br />

fornecimento de cadeiras e na elaboração do projeto arquitetônico. Conforme<br />

indicado por Baliski (2013b), a reforma também se caracteriza por relações<br />

empresariais estabelecidas há muito tempo. Tal é o caso da contratação<br />

de algumas empresas e profissionais que já haviam atuado na construção do<br />

estádio, inaugurado em 1999.<br />

Com o andamento das obras, ampliaram-se ainda mais as polêmicas<br />

em torno do estádio. Se anteriormente os investimentos públicos e a contratação<br />

de empresas de familiares eram questionados, com a evolução da<br />

obra, passou-se para uma situação em que a previsão dos recursos necessários<br />

teve ampliação gradual e representativa, conforme pode ser observado<br />

na Figura 2.<br />

Figura 2. Estádio Joaquim Américo Guimarães:<br />

evolução dos investimentos previstos<br />

R$ 69 milhões<br />

Previsão inicial I<br />

R$ 135 milhões<br />

Adequação às<br />

normas da FIFA<br />

(2009)<br />

R$ 184,6 milhões<br />

Matriz de<br />

Responsabilidades<br />

(2010)<br />

R$ 234 milhões<br />

Matriz de<br />

Responsabilidades<br />

(2012)<br />

R$ 326,7 milhões<br />

Matriz de<br />

Responsabilidades<br />

(2013)<br />

Fonte: Mikos (2013b), Ministério do Esporte (2011, 2012a e 2013).<br />

Essa situação, comum também a todos os outros estádios que foram<br />

construídos para a Copa do Mundo de 2014, mostra-se similar à realidade<br />

existente na África do Sul em 2010, quando o custo final dos estádios superou<br />

em mais de 1000% a previsão inicial (TAAL, 2011). No caso do estádio<br />

Joaquim Américo Guimarães, embora a ampliação não atinja um<br />

290 Metropolização e Megaeventos

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