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BRASIL

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não observando o impacto acumulado das diversas intervenções (urbanísticas<br />

e pontuais). O terceiro ponto foi em relação à destinação final do entulho<br />

gerado pela demolição do antigo estádio, em que de forma irregular foi destinado<br />

a uma APA (Área de Proteção Ambiental) e colocada em área dunar.<br />

A pressa em iniciar as obras do novo estádio Arena das Dunas foi uma<br />

marca constante nos discursos do governo estadual, responsável pela viabilização<br />

junto à construtora OAS, em atender às exigências da FIFA. Como<br />

resultado, foram alterados os trâmites normais de pedido de licenças urbanísticas<br />

e ambientais, postergando a entrega de estudos ambientais mais<br />

detalhados. De responsabilidade do órgão estadual Idema para fiscalizar,<br />

houve logo após a demolição do Machadão, o início de depósito de entulho<br />

na APA de Jenipabu localizada no município de Extremoz, logo denunciada<br />

pelos movimentos sociais e pelo poder legislativo, pela abertura de clareira e<br />

cratera e pelo lançamento de blocos de concretos e tijolos no solo (TRIBUNA<br />

DO NORTE, 2011). Houve o embate judicial, uma vez que houve problemas<br />

cronológicos de licenças. Contudo, percebe-se claramente a falta de organização,<br />

controle e gestão dos órgãos responsáveis, como já anteriormente<br />

havia sido definido pelo Comitê Popular da Copa.<br />

Esses primeiros fatos ocorridos em 2011, e início de 2012, marcaram<br />

o início das obras em Natal e área metropolitana, já observados os casos de<br />

dano ambiental e impacto negativo (como o da demolição), tanto por falta<br />

de estudos técnicos de longo prazo, como de cumprimento da lei vigente,<br />

que levaram tanto à mobilização de movimentos sociais organizados como<br />

APAC (Associação Potiguar dos Atingidos pela Copa), SOS Ponta Negra, Comitê<br />

Popular da Copa, Movimento Político pela Unidade como à mobilização<br />

do próprio ministério público, fenômeno que acompanha as obras<br />

desde seu início.<br />

No caso da obra de macrodrenagem intitulada “macrodrenagem no<br />

município de Natal – regiões administrativas Oeste e Sul” houve embargo da<br />

obra pelo Ministério Público estadual, uma vez que o RAS foi considerado<br />

insuficiente para o tamanho do impacto ambiental gerado. A área na qual se<br />

desenvolve a intervenção está em constante processo de deterioração dos<br />

equipamentos para a drenagem por um aumento de ligações clandestinas,<br />

sobrecarregando a rede existente, o que “traz riscos de danos ambientais,<br />

além de outros de natureza social e econômica, porque se deixa de analisar a<br />

questão com a profundidade técnica recomendada e também impossibilita<br />

o debate prévio com a comunidade científica e demais setores da população”<br />

(MIRANDA, 2011).<br />

Em relação à obra na avenida Engenheiro Roberto Freire, novamente<br />

houve articulação de vários movimentos sociais no sentido de questionar e<br />

paralisar o início das obras (UNIBUSRN, 2013). O motivo principal da resistência<br />

está na possibilidade do impacto ambiental, desde a impermeabili-<br />

Metropolização e Megaeventos: impactos da Copa do Mundo 2014 em Natal-RN 359

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