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BRASIL

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gipe, com a desapropriação de muitas edificações existentes; propostas<br />

de criação de novas vias urbanas expressas, com fluxos exclusivos<br />

por pedágio, com destaque para a Linha Viva, com trechos sobre área<br />

ocupada, desalojando cerca de 3 mil famílias; e a Via Atlântica, com<br />

uma ponte sobre o parque Pituaçu. O plano foi divulgado na ocasião<br />

em que os projetos foram doados pela iniciativa privada, que elaborou<br />

e financiou a sua elaboração. Entretanto, logo em seguida, eles foram<br />

retomados pela empresa doadora, gerando várias tensões. Essas propostas,<br />

bem como a apresentação do chamado PDDU da Copa, já referido,<br />

geraram muitas polemicas, culminando com a suspensão judicial sub<br />

judice, desse último. 19<br />

Como iniciativa do governo da Bahia, incluem-se, nesse plano, a<br />

nova Arena Fonte Nova, uma grande passarela ligando a arena ao Centro<br />

Histórico e a proposta de uma megaponte entre Salvador e a ilha de<br />

Itaparica, com cerca de 13 km de extensão, como alternativa para viabilizar<br />

um acesso mais rápido às regiões sul e oeste da Bahia. 20<br />

A proposta de uma ponte para fazer face a essa travessia constitui,<br />

originalmente, uma indicação do plano do CIA, da década de 1970, como<br />

forma de viabilizar um anel rodoviário que ligasse Salvador à zona industrial<br />

definida para o Recôncavo Baiano. Pelos altos custos e pela inviabilidade<br />

técnica atestada então, a proposta não teve seguimento e, como alternativa,<br />

foi implantado o sistema de ferryboat. Em 2010, retoma-se esse projeto,<br />

justificando-se essa ligação pelo crescimento econômico a ser gerado e as<br />

facilidades de logística, bem como pela perspectiva da expansão imobiliária<br />

para essa área vizinha a Salvador, ainda pouco habitada, alegando-se também<br />

a crise do sistema de travessia marítima. O governo da Bahia anunciou,<br />

então, a construção desse empreendimento, com uma estimativa inicial de<br />

custo de R$ 2 bilhões, logo corrigidos para um valor quatro vezes maior,<br />

de cerca de R$ 8 bilhões. (O CUSTO..., 2011) Em continuidade a essa<br />

intenção, foram publicados os decretos nº 13.387, 13.388 e 13.389, no Diário<br />

Oficial da Bahia de 28/10/2011, que declaram de utilidade pública, para<br />

fins de desapropriação, áreas dos municípios de Vera Cruz e Itaparica, com<br />

vistas à implantação do projeto sistema viário oeste. A área total indicada<br />

corresponde a 4.841 hectares, o que equivale a 33% do total de 146 km² de<br />

19 Os decretos de utilidade pública para fins de desapropriação, publicados no Diário Oficial<br />

dos dias 9, 17 e 20 de abril, abrangem 19 trechos, numa área total superior a 5 milhões de metros<br />

quadrados. Pelas tensões geradas, foram, em seguida, revogados pelo prefeito, que assinou<br />

a anulação em 29/03/2010. Depois disso, a Fundação Baía Viva, que havia doado os projetos<br />

para o município, retirou sua doação. Essa parceria havia sido questionada pela suspeita de<br />

que, por trás da doação, estariam interesses econômicos do próprio grupo diretor da fundação,<br />

que conta com empresários do mercado imobiliário entre seus membros. (BARRACAS..., 2010)<br />

20 A ilha de Itaparica é formada pelos municípios de Itaparica e Vera Cruz, com uma população<br />

total de pouco mais de 58 mil habitantes, conforme o censo do IBGE de 2010, com baixo<br />

índice de ocupação e uma forte tradição de veraneio e turismo.<br />

Afinal, o que ficou da Copa 2014 para as Cidades-Sede no Brasil? 453

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