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BRASIL

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encontro do rápido crescimento do número de greves articuladas pelos movimentos<br />

sindicais e da expansão do repertório de ações diretas trazidas por<br />

novos grupos autonomistas.<br />

Por outro lado, as diferentes gerações de movimentos não hegemônicos<br />

também desempenharam papel relevante. Grupos mais experientes,<br />

como o MPL e o CMI, inicialmente auxiliaram na disseminação de subjetividades<br />

críticas em gestação no seio dos movimentos contra-hegemônicos,<br />

através de apoios pontuais às ações dos CPCMs. Além disso, as passeatas<br />

contra o aumento das passagens organizadas pelo MPL foram reconhecidamente<br />

o estopim dos protestos durante a Copa das Confederações, enquanto<br />

os ideais de mídia independente historicamente defendidos pelo CMI<br />

foram aperfeiçoados por uma nova geração de autonomistas e anarquistas<br />

que tiveram participação importante nas jornadas de junho, sobretudo através<br />

da expansão do repertório de ação dos movimentos sociais. Isto se deu<br />

tanto através da utilização e aperfeiçoamento das tecnologias de transmissão<br />

de protestos via internet, proporcionada pelo momento único de rápida<br />

massificação do acesso a dados via telefonia móvel, quanto via utilização de<br />

táticas de ocupação permanente de espaços públicos e de enfrentamento<br />

às forças policiais, respectivamente inspiradas no Occupy Wall Street e nas<br />

redes antiglobalização.<br />

Portanto, o incomum desmanche do consenso em torno dos megaeventos<br />

esportivos e a maior influência de pressões extrainstitucionais<br />

estiveram diretamente conectados a processos históricos contraditórios e<br />

combinados de governança urbana no Brasil. Reafirma-se a importância das<br />

peculiaridades dos países-sede no desenrolar das relações sociais impulsionadas<br />

pelos megaeventos esportivos como instrumentos da globalização<br />

neoliberal.<br />

Referências bibliográficas<br />

ABONG. ONGs no Brasil: perfil das associadas à ABONG. Associação Brasileira de<br />

ONGS, Rio de Janeiro, 2001.<br />

___. ONGs no Brasil: perfil das associadas à ABONG. Associação Brasileira de ONGS,<br />

Rio de Janeiro, 2004.<br />

ANCOP. Megaeventos e violações de direitos humanos no Brasil, 2012. Disponível em:<br />

http://www.portalpopulardacopa.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&ta<br />

sk=download&id=28<br />

ANDRANOVICH, G.; BURBANK, M.; HEYING, C. Olympic cities: lessons learned from<br />

Mega-Event Politics. Journal of Urban Affairs, v. 23, n. 2, pp. 113-131, 2001. Disponível<br />

em: http://www.blackwellpublishing.com/content/BPL_Images/Journal_Samples/<br />

JUAF073 5-2166~23~2~079/079.pdf<br />

A “Copa das Manifestações” e os Processos de Governança Urbana no Brasil 159

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