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BRASIL

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mentos e serviços urbanos, bem como concentra majoritariamente a alta<br />

renda, tanto na cidade de Belo Horizonte quanto em sua Região Metropolitana<br />

(ANDRADE; MENDONÇA, 2010).<br />

Um dos aspectos que reforça a tradicional importância da região centro-sul<br />

como principal centralidade da RMBH é o recente investimento na<br />

área central, sobretudo na região do Hipercentro, que combina importantes<br />

obras de requalificação de espaços públicos (Praça Raul Soares, Praça da Estação<br />

e Praça Rui Barbosa, Praça Sete, Praça da Savassi e trechos das ruas<br />

Carijós, Rio de Janeiro, Caetés, entre outros), reforma, ampliação e retrofit<br />

de edificações antigas (sobretudo, equipamentos culturais e edifícios residenciais)<br />

e novos empreendimentos (Boulevard Shopping e diversos hotéis<br />

incentivados por parâmetros de exceção vinculados ao megaevento). Neste<br />

sentido é interessante observar que o conjunto de obras de mobilidade da<br />

Copa do Mundo FIFA 2014 reforça a articulação entre o vetor de expansão<br />

norte e a tentativa de requalificação da região central do município, atuando<br />

como catalisador e legitimador destes dois processos em curso.<br />

Com efeito, é igualmente relevante notar que a terceira obra em custo<br />

de investimento, o chamado Boulevard Arrudas, propõe, por meio do<br />

aumento da capacidade viária obtido pelo tamponamento do córrego, a<br />

melhoria de capacidade viária da conexão leste-oeste, sobretudo nas proximidades<br />

da área central da metrópole, combinando-se, aparentemente,<br />

com as intervenções que reforçam o papel da centralidade, agora revigorada,<br />

ao norte. Além dos problemas relacionados à sua priorização e relação<br />

com a Copa, a obra promove valorização de áreas lindeiras à área central,<br />

articulando investimentos recentes e futuros e criando novas frentes de atuação<br />

do capital imobiliário. Uma leitura mais detalhada destes processos<br />

permite inferir que essa valorização ocorre em uma mancha urbana localizada<br />

no encontro dos eixos viários mencionados, Antônio Carlos e Cristiano<br />

Machado, com a porção norte da área do Hipercentro, conformando uma<br />

região de alta valorização e acúmulo de propostas de grandes projetos e empreendimentos<br />

públicos e privados.<br />

De modo complementar, convém salientar que o conjunto das intervenções<br />

previstas ou em curso, em Belo Horizonte e RM, supõe processos de<br />

desapropriações e remoções que enredam tanto o quadro de investimentos<br />

demandados para obras quanto os sujeitos sociais nele diretamente afetados.<br />

Até o momento de elaboração deste estudo constata-se o grande atraso<br />

na contratação dos valores previstos para as desapropriações necessárias às<br />

obras Antônio Carlos/Pedro I (R$ 200 milhões), Pedro II/Carlos Luz (R$ 5 milhões),<br />

Via 210 (R$ 33 milhões) e Via 710 (R$ 94 milhões). Desses R$ 332 milhões,<br />

apenas R% 34,4 milhões tinham sido contratados (pouco mais de 10%<br />

do total). A falta de transparência na identificação dos locais onde ocorre os<br />

números absolutos dessas desapropriações impede um levantamento mais<br />

236 Metropolização e Megaeventos

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