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BRASIL

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A opção pelo megaempreendimento – a construção de uma cidade<br />

planejada – em um município com baixos indicadores de pobreza, como<br />

é o caso de São Lourenço da Mata, implica, nesta fase ainda de preparação<br />

do mundial, várias transformações, que já começam a ser percebidas<br />

no território e na sociedade. Sendo assim, com base na matriz metodológica<br />

desenvolvida pelo Observatório das Metrópoles, que norteou essa pesquisa,<br />

esse capítulo buscou reunir os principais temas, que explicitam melhor as<br />

especificidades da Copa em Recife. Tais temas encontram-se descritos na<br />

seguinte ordem: A Copa no Recife e a 1ª Smart City da América Latina: reflexos<br />

no território e nos processos de governança metropolitana; a Copa<br />

e suas implicações no futebol pernambucano; a Copa e o incremento do<br />

turismo como legado; a Copa, a prostituição e a exploração sexual.<br />

A Copa no Recife e a 1ª Smart City<br />

da América Latina: reflexos no território<br />

e nos processos de governança metropolitana<br />

A Copa no Recife vem sendo marcada por algumas singularidades. A primeira<br />

delas é que, apesar de se constituir como uma das 12 sedes do mundial de<br />

2014, o palco dos jogos – a arena esportiva –, principal equipamento para receber<br />

a Copa, situa-se no município de São Lourenço da Mata, integrante da<br />

Região Metropolitana do Recife/RMR, a partir de um acordo celebrado entre<br />

a CBF, FIFA, Governo do Estado e municípios envolvidos. E a outra é que,<br />

mais do que uma arena esportiva, alguns equipamentos urbanos e obras de<br />

mobilidade, conforme vem ocorrendo na maioria das cidades-sede da Copa<br />

do Mundo, a escolha do Recife como uma das sedes para o megaevento esportivo<br />

deflagrou um novo processo de transformação urbana: a criação de<br />

uma nova centralidade na Região Metropolitana do Recife, um bairro planejado<br />

em São Lourenço da Mata, fazendo limites com os municípios do<br />

Recife, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes, denominado de Cidade da<br />

Copa, sendo a arena esportiva o elemento âncora dessa nova centralidade.<br />

A ideia de se criar um bairro planejado e levar a construção da arena<br />

para outro município foi justificada pelo Governo do Estado de Pernambuco,<br />

condutor do processo da Copa no Recife, como uma oportunidade de<br />

criar um vetor de desenvolvimento para o oeste metropolitano do Recife,<br />

fato esse que representaria um dos legados da Copa de acordo com a atual<br />

gestão. Além disso, a escolha dessa área de 247 ha, não traria custo com<br />

desapropriação, já que era de propriedade do governo estadual, adquirida<br />

desde a década de 1970, no primeiro plano da RMR, que o destinou para<br />

ser uma Central de Distribuição de Cargas. Não sendo exitoso esse projeto,<br />

a área passou a ser destinada para implantação de conjuntos habitacionais<br />

390 Metropolização e Megaeventos

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