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BRASIL

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Entre as atribuições demandadas para a realização desse megaevento<br />

esportivo, incluem-se, portanto, um amplo financiamento do governo federal,<br />

contrapartida de recursos locais, infraestrutura disponível para o evento,<br />

estrutura para treinamentos, venda de ingressos e marcas, possibilidade de<br />

realização de eventos, segurança pública, facilidades e suporte para a mídia<br />

e telecomunicações, com instalação de alta tecnologia da informação.<br />

No caso do Rio de Janeiro, cidade que também sediará as Olimpíadas<br />

em 2016, as intervenções preparatórias começaram antes dos projetos para<br />

os eventos dos jogos, antecipando-se com ações de segurança na cidade.<br />

Nesse sentido, é notória a dupla função da colocação de placas de proteção à<br />

margem da Linha Vermelha, usadas para minimizar ruídos e poluição, além<br />

do efeito como barreira física, encobrindo visualmente as imensas favelas<br />

próximas. O momento também coincide com a operação para implantação<br />

de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), recentemente replicada em Salvador.<br />

Essa, sem dúvida, é uma ação necessária, ainda que tardia, diante da<br />

prolongada tutela das populações de favelas ao tráfico de drogas e a consequente<br />

violência social. As UPPs foram instaladas com grande repercussão<br />

na mídia, recurso indispensável para atrair o público internacional.<br />

Para as 12 cidades-sede, foram projetados novos estádios-arenas, seguindo-se<br />

o modelo internacional de equipamento multiuso como um “negócio<br />

para consumo de esportes e de shows”, com projetos sofisticados, de<br />

alta tecnologia internacional e elevados custos, todos orçados acima de R$<br />

400 milhões, somando um investimento total, previsto para os 12 estádios,<br />

de R$8 bilhões. Os contratos de construção e gestão, na modalidade de PPP,<br />

têm duração de cerca de 30 anos. As demandas para as novas arenas exigem<br />

capacidade mínima de 40 mil expectadores, atingindo-se um número<br />

próximo a 70 mil, todos com cadeiras individuais e numeradas, instalações<br />

sanitárias próximas e higienizadas, lojas, museus, restaurantes, camarotes,<br />

palcos para shows, instalações “VIP”, estacionamentos e acessos exclusivos<br />

e seguros. Incluem, também, centro de convenções para abrigar reuniões,<br />

conferências e encontros de negócios. (CONHEÇA..., 2009; BNDES, 2010a)<br />

Esse programa multiuso dificilmente de adaptaria aos antigos estádios de<br />

futebol brasileiros, ainda que eles tivessem maior capacidade de ingressos,<br />

gestão pública e vilas olímpicas anexas. Essa foi a razão principal para as<br />

demolições e novas construções. 11<br />

Quanto à mobilidade, governo federal, governadores e prefeitos das<br />

12 cidades-sede definiram, no mês de março de 2011, o início das obras de<br />

transporte público prioritárias para a realização do mundial. Para tal fina-<br />

11 Os estádios brasileiros que já eram de iniciativa privada – Morumbi, Grêmio de Porto Alegre,<br />

Estádio Independência, em Minas Gerais e Estádio Presidente Vargas, no Ceará –, mesmo imprimindo<br />

reformas recentes para transformação em arenas, não serão os estádios oficiais nas suas<br />

cidades-sede. As arenas onde ocorrerão os jogos são equipamentos de propriedade pública,<br />

que, depois da Copa 2014, serão geridos pela iniciativa privada em regime de PPP.<br />

Afinal, o que ficou da Copa 2014 para as Cidades-Sede no Brasil? 443

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