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BRASIL

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É bastante complexa a forma como o tema da moradia entra na pauta<br />

de discussões relacionadas às obras em Porto Alegre e a maneira como se<br />

metamorfoseiam as obras da Copa. Por isso é importante toda a atenção<br />

por parte de moradores, lideranças comunitárias, movimentos populares,<br />

sociais e pesquisadores.<br />

É evidente que milhares de famílias que vivem nas comunidades carentes<br />

no eixo Rodoviária-Arena do Grêmio necessitam de moradia adequada.<br />

Mas qualquer intervenção necessita ser pensada observando a Política Habitacional<br />

do município, sobretudo em relação ao direito das comunidades<br />

de permanecerem nos locais onde vivem. Além disso, é preciso considerar o<br />

fato de que estas fazem parte de um conjunto de centenas de assentamentos<br />

informais de Porto Alegre cujas demandas por moradia e urbanização aparecem<br />

reiteradamente nos espaços do Orçamento Participativo.<br />

As alternativas para o problema habitacional são diversas, desde que<br />

estejam disponíveis recursos e, ao que tudo indica, o município de Porto<br />

Alegre não está tendo problemas para acessá-los. O município conta com 29<br />

instrumentos disponíveis à Política Habitacional, uns mais consolidados do<br />

que outros. No entanto, assistimos nestes últimos anos à opção quase que<br />

exclusiva pelo caminho da produção habitacional do Programa Minha Casa<br />

Minha Vida (PMCMV). No caso das remoções orientadas por cronogramas<br />

de obras, observamos o uso farto de instrumentos emergenciais como o Bônus<br />

Moradia e o Aluguel Social.<br />

Paralelo ao processo de discussão sobre a implantação das obras para<br />

a Copa, identificamos várias mobilizações de moradores que lograram conquistas<br />

que merecem ser citadas. Embora ainda exista um longo caminho<br />

pela frente, cabe destacar a aprovação do projeto de criação das áreas de<br />

usos especiais para o Morro Santa Teresa (Área de Interesse Social, Ambiental<br />

e Cultural); a participação de lideranças comunitárias na indicação de<br />

terrenos para reassentamentos das famílias da Avenida Tronco; o projeto de<br />

reforma de prédio na Rua Barros Cassal onde será implantado o Assentamento<br />

20 de Novembro e as famílias de inquilinos da Vila Floresta que foram<br />

incluídas para serem atendidas no Programa Minha Casa Minha Vida, entre<br />

outros.<br />

Todos os casos foram resultados de duros processos de embates políticos,<br />

técnicos e sociais que ainda não se concluíram. Agora, espera-se que o<br />

poder público municipal e estadual dê celeridade aos processos e que mais<br />

rapidamente as milhares de famílias de Porto Alegre que precisam de moradia<br />

adequada sejam atendidas para que não sejam atingidas por futuras<br />

obras.<br />

386 Metropolização e Megaeventos

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