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BRASIL

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Copa do Mundo 2014 e os Impactos<br />

no Direito à Moradia: uma análise<br />

das cidades-sede brasileiras<br />

Demian Garcia Castro 1<br />

Patrícia Ramos Novaes 2<br />

Introdução<br />

Os megaeventos esportivos têm impactado diretamente no direito à moradia.<br />

Conforme aponta relatório da Organização das Nações Unidas (ONU)<br />

para a moradia adequada (ROLNIK, 2010) e o trabalho desenvolvido pelo<br />

Centre on Housing Rights and Evictions (COHRE, 2007), as remoções e despejos<br />

vêm ocorrendo constantemente nos países e cidades-sede. Nos Jogos<br />

Olímpicos de Pequim (2008), na Copa do Mundo de Futebol da FIFA realizada<br />

na África do Sul (2010) ou nos Jogos da Comunidade Britânica (Commonwealth<br />

Games), realizados em Nova Deli (2010), diversas foram as denúncias de<br />

violações de direito à moradia, principalmente relacionadas às remoções de<br />

comunidades para dar lugar a estádios, infraestrutura de mobilidade urbana<br />

e aeroportos. São constantes, também, os deslocamentos indiretos relacionados<br />

à gentrificação e a penalização de sem-tetos, através do recolhimento<br />

compulsório em determinadas áreas da cidade e do fim de ocupações em<br />

áreas onde são implementados projetos de “revitalização”.<br />

Para a realização da Copa do Mundo no Brasil, foram projetados diversos<br />

tipos de intervenções urbanas. Na Matriz de Responsabilidades, firmada<br />

entre o Governo brasileiro, a FIFA e as 12 cidades-sede da Copa do<br />

Mundo de Futebol de 2014, foram apresentados projetos de mobilidade urbana,<br />

segurança pública, turismo e de reforma/construção de estádios de<br />

futebol, entre outras. Porém, as intervenções em habitação não estiveram<br />

diretamente presentes, ou seja, como veremos, a Copa do Mundo foi vista<br />

1 Professor de Geografia do Colégio Pedro II, pesquisador do Observatório das Metrópoles e<br />

doutorando em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.<br />

2 Pesquisadora do Observatório das Metrópoles e doutoranda em planejamento urbano e regional<br />

pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional – IPPUR, da Universidade<br />

Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.<br />

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