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BRASIL

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O tema mobilidade tem sido colocado em destaque nos último cinco<br />

anos em função, principalmente, do aumento vertiginoso da frota veicular<br />

nos centros urbanos, bem como o aumento da concentração de população<br />

nestas áreas, conforme pode ser identificado no resultado dos censos de<br />

2000 e 2010.<br />

Com o crescimento populacional nos últimos 20 anos e a consequente<br />

expansão urbana, na maioria das cidades brasileiras ocorreu o fenômeno<br />

do espraiamento do território urbano. Esse fato ocasionou um contingente<br />

populacional morando cada vez mais distante do centro concentrado de<br />

empregos e serviços.<br />

Na capital do Brasil, Brasília, a situação não é diferente. Ao contrário,<br />

ela é extremamente reforçada pela estrutura urbana existente e pelo tombamento<br />

do centro, o Plano Piloto, o que faz com que o modelo centro-periferia<br />

seja dominante e, nesse, a fomentação de cidades-dormitório seja o<br />

modelo existente, uma vez que a concentração de emprego ocorre na área<br />

tombada. Segundo dados do censo de 2010 9,80% da população de Brasília 2<br />

vivem na área tombada (IBGE, 2011) e segundo dados da Pesquisa Distrital<br />

por Amostras de Domicílios – PDAD (CODEPLAN, 2011), 47,72% dos empregos<br />

formais 3 encontram-se na mesma área.<br />

Esse processo de ocupação territorial é gerado pela necessidade da<br />

sociedade em se estabelecer na cidade, mas esse espraiamento interfere<br />

diretamente nas relações sociais que são estabelecidas nela (MEDEIROS,<br />

2006). Essas relações podem ser analisadas sob as mais diferentes óticas,<br />

tais como econômicas, políticas, sociais, culturais, ambientais, morfológicas,<br />

entre outras.<br />

Caracterização geral de Brasília<br />

Segundo alguns autores a construção de Brasília seria a concretização de<br />

u ma política territorial específica, resultando em um meio de “harmonizar<br />

o complexo jogo de interação entre a economia e a política de uma determinada<br />

formação social histórica.” (FARRET, 1985, p. 19)<br />

Brasília surge, assim, como a concretização de um momento histórico<br />

brasileiro, que se encontrava em rápido desenvolvimento capitalista, quando<br />

era preciso expandir o mercado nacional e “colonizar” o centro-norte do<br />

país, que ainda se encontrava “selvagem”. A idealização da nova capital fazia<br />

parte do Plano de Metas 1956-1961 do Presidente Juscelino Kubitschek, que<br />

tinha como principal característica o investimento, público e privado, de<br />

2 O nome Brasília será utilizado para nos referirmos a todo o Distrito Federal.<br />

3 Entende-se neste trabalho o termo “empregos formais” como sendo aqueles com carteira de<br />

trabalho assinada.<br />

246 Metropolização e Megaeventos

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