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BRASIL

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eira e o entorno do Porto de Natal); e (iii) a criação de novas centralidades<br />

(acesso aeroporto em São Gonçalo do Amarante na região metropolitana).<br />

Estar-se-ia diante de um novo ciclo de mercantilização da cidade, traduzida<br />

na incorporação de áreas da cidade e serviços urbanos parcialmente desmercantilizados<br />

aos circuitos de valorização do capital. Com efeito, um acirramento<br />

da elitização da cidade.<br />

Tal processo tem se intensificado particularmente na área do entorno<br />

da construção do novo estádio Arena das Dunas, onde ocorre a maior<br />

parte das intervenções urbanas públicas. No que se referem ao turismo, as<br />

intervenções privadas locais ocorrem por meio de empréstimos a bancos<br />

públicos, na construção de novos hotéis no entorno do estádio, além de intervenções<br />

na infraestrutura urbana na orla turística da cidade, com somatória<br />

dos processos urbanos combinados.<br />

Com relação aos investimentos públicos voltados ao turismo, a Matriz<br />

de Responsabilidades traz um aporte de R$ 26,2 milhões, pouco mais<br />

de 1,7% do total, em nove ações – entre elas, acessibilidade à orla marítima,<br />

centros de atendimento ao turista e sinalização –, ainda não concluídas em<br />

fevereiro de 2014. A quase totalidade dos recursos da Matriz é gasta com aeroportos,<br />

estádio e obras de mobilidade (totalizando quase 95% dos R$ 1,48<br />

bilhão previsto). Ainda sobre o turismo, os maiores investimentos ocorrem<br />

quase exclusivamente pelo setor privado (alguns com empréstimos do BN-<br />

DES e Banco do Nordeste), na construção de hotéis como o IBIS, Vila Park e<br />

Arena View) – totalizando R$ 46,8 milhões.<br />

Mas quais as expectativas do setor turístico, em relação ao megaevento<br />

Copa do Mundo 2014? Em primeiro lugar é importante demarcar uma<br />

linha de base para medições futuras em relação ao impacto turístico. Observando<br />

os dados de fluxo de passageiros (no aeroporto Augusto Severo), vê-<br />

-se um crescente de 944 mil passageiros em 2006 para 2,5 milhões em 2012,<br />

apenas de voos domésticos; em relação aos passageiros internacionais, o<br />

quadro é de estagnação com 73 mil em 2006 e pouco mais de 87 mil em 2012<br />

(Anuário Estatístico e Operacional da INFRAERO, 2012).<br />

De uma forma geral, podemos visualizar que o impacto da Copa do<br />

Mundo de 2014 como propulsor do turismo em Natal ainda não aconteceu,<br />

dado o reduzido movimento de voos regulares domésticos e internacionais<br />

– e não regulares (charters) nos últimos anos, em função da diminuição da<br />

demanda de turistas internacionais (crises econômicas cíclicas) e dos efeitos<br />

de mudanças no mercado de viagens doméstico e internacional, bem<br />

como das ações de governo federal e das companhias aéreas que alteraram<br />

o movimento de voos na cidade-sede nos últimos anos.<br />

Também se verifica uma queda na posição de competitividade do destino<br />

Natal em relação aos demais destinos turísticos da região Nordeste, fato<br />

este bastante preocupante, dada a base da economia local que se dá em sua<br />

350 Metropolização e Megaeventos

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