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BRASIL

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Todas estas mudanças – esgotamento do ciclo das administrações<br />

populares, nova gestão urbana, Porto Alegre como cidade-sede da Copa –<br />

coincidem com uma conjuntura que aponta para um novo ciclo de acumulação<br />

capitalista no Brasil, o qual está assentado fortemente na acumulação<br />

urbana.<br />

Mudanças urbanas<br />

O período de Porto Alegre como sede da Copa do Mundo tem sido um período<br />

de grandes mudanças urbanas. Desde 2004 a cidade tem passado por<br />

uma série de transformações importantes, no sentido de um novo ciclo de<br />

desenvolvimento urbano. Este novo ciclo, evidentemente, está relacionado<br />

também à conjuntura nacional, pois a partir de 2004 o país ingressou em um<br />

ciclo de crescimento econômico que impactou diversos aspectos da sua estrutura<br />

econômica e social. Referimo-nos especialmente a este ciclo de crescimento<br />

recente que se caracterizou pela inclusão de uma ampla parcela da<br />

população brasileira no mercado consumidor de bens duráveis (32 milhões<br />

de pessoas, segundo algumas fontes), e especialmente no mercado imobiliário<br />

formal. Porto Alegre, como uma das metrópoles mais importantes do<br />

país não ficou de fora desde novo ciclo. Assim, observamos na cidade uma<br />

série de alterações na sua estrutura urbana que refletem tanto a conjuntura<br />

nacional como o novo modelo de gestão urbana implantado na cidade a<br />

partir daquele ano.<br />

Entre as mudanças mais importantes temos a criação de novas centralidades<br />

urbanas. Um processo que já havia iniciado anteriormente, mas<br />

que foi reforçado a partir do novo ciclo de crescimento do mercado imobiliário.<br />

Assim, podemos colocar algumas transformações importantes nas<br />

diversas centralidades da metrópole Porto Alegre: o centro metropolitano<br />

tradicional, os novos “artefatos urbanos” (centros comerciais), os corredores<br />

comerciais e de serviços e as novas centralidades da metrópole resultantes<br />

da reestruturação urbana e das mudanças no tecido da metrópole como um<br />

todo.<br />

O centro tradicional – centro histórico de concentração comercial, de<br />

serviços, financeiro e político-administrativo da cidade – sofre um processo<br />

de desvalorização com a perda de funções econômicas de maior prestígio<br />

para os “novos” centros da cidade. Este processo foi reforçado pelo próprio<br />

Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) municipal,<br />

que estimulou a criação de novas centralidades, definindo um novo<br />

“modelo espacial” da cidade “policêntrica e descentralizada”. Com isto foram<br />

favorecidos os investimentos comerciais e de serviços nos “polos e corredores<br />

de comércio e serviços”, chamados de “corredores de centralidade”<br />

(PDDUA, 1999).<br />

impactos da Copa do Mundo no espaço urbano e na gestão urbana de Porto Alegre 373

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