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taque também nas páginas de esportes (EDGAR, 2012). Os jornais que eram<br />

geralmente cautelosos e céticos em relação aos Jogos – como o The Guardian<br />

– também os apoiou – “Deixe seu cinismo ir embora e deixe os Jogos<br />

começarem” (MARTIN KETTLE, The Guardian 26 de julho de 2012). Como<br />

Steen (2012, p. 215) notou, “a atmosfera criada pelo público e o senso de ocasião<br />

pode levar à suspensão, ou rendição imediata, das faculdades críticas<br />

de alguém” 8 . O resultado também confirmou a declaração de Steen de que<br />

“Em qualquer nação que hospede um grande...(evento internacional)...a<br />

posição padrão da mídia é de patriotismo, mesmo que cegamente nacionalista”<br />

(STEEN, 2012, p. 225). Isso parece ter se tornado bem mais marcado<br />

– no Reino Unido, pelo menos – do que costumava ser. 9 Além disso, a mídia<br />

continuou a organizar a agenda dos futuros megaeventos – incluindo a Copa<br />

do Mundo da FIFA de Futebol 2014 realizada no Brasil, e as Olimpíadas e<br />

Paraolimpíadas de Verão no Rio de Janeiro em 2016 – focando nas questões<br />

de segurança, ao invés do impacto das remoções e negação de direitos de<br />

moradia em locais designados para sediar os eventos no Brasil.<br />

Sociologia, crítica estrutural<br />

e processos de envolvimento<br />

Desde o começo dos anos 90, Andrew Jennings e outros colegas<br />

produziram alguns dos mais amplamente consagrados artigos<br />

críticos jornalísticos de negligência com “organizações internacionais<br />

não-governamentais comercialmente amigáveis” (BIN-<br />

GO) que trabalham com megaeventos esportivos. Tem sido<br />

tentador seguir essa crítica estrutural do IOC e da FIFA por meio<br />

de exposições das vidas das pessoas ricas e famosas que são<br />

membros dessas organizações. O IOC é um “grupo eleito secreto<br />

e não democrático de homens de elite” (apenas 19% são mulheres,<br />

e 10 são da realeza), e alguns são atletas (Dryden & Jennings<br />

2012 p. 6). Enquanto o foco, baseado em uma política de exposição,<br />

for seguido para criar um senso de indignação por parte dos<br />

cidadãos, não é sempre que terá esse efeito ou influência sobre<br />

o público na preparação ou durante o evento. 10 A principal re-<br />

8 Em meados de julho, o The Guardian estava perguntando “Dez dias para começar – o que poderia<br />

dar errado?” (The Guardian 17 de julho de 2012), mas nas vésperas dos Jogos, a manchete<br />

da capa foi “Tempo de descobrir quem somos nós” (JONATHAN FREEDLAND, The Guardian 27<br />

de julho de 2012). Para as próximas duas semanas a imprensa britânica como um todo destacou<br />

quantidades crescentes de fotografias coloridas de primeira página, souvenir, folhetos, pôsteres,<br />

e outros brindes das Olimpíadas.<br />

9 Gostaria de agradecer ao Garry Whannel e ao Rick Gruneau por providenciarem comentários<br />

nessa e em outras seções do artigo.<br />

10 Muitas das histórias das notícias que Jennings produziu sobre corrupção na FIFA e no IOC<br />

foram vindicadas, ainda, jornalistas esportivos britânicos raramente seguiram sua liderança e<br />

Notas para uma Cultura Política dos Megaeventos Esportivos 495

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