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BRASIL

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ampliação dos prazos de entrega passa a ser uma constante. Comparando-<br />

-se os cronogramas das obras, entre 2012 e 2013 todos os projetos tiveram o<br />

prazo de entrega prorrogado, sendo que vários, já ultrapassaram novamente<br />

a nova data estipulada.<br />

O segundo refere-se ao número reduzido de desapropriações ocasionadas<br />

por obras de mobilidade, quando comparado com as demais cidades-<br />

-sede. Como uma das obras que teria maior impacto foi retirada da Matriz de<br />

Responsabilidades (Corredor Metropolitano), as obras que permaneceram<br />

vinculadas à Copa, por ser em sua maioria relativas à requalificação de vias,<br />

têm pouco impacto no espaço construído. Dessa forma, entre setembro de<br />

2011 e novembro de 2013, dos 137 imóveis afetados por obras de mobilidade<br />

da Copa, aproximadamente 63% foram identificados como de desapropriação<br />

parcial 11 , em geral uma faixa da frente do terreno para ampliação lateral<br />

das vias que estão sendo requalificadas. A exceção foi o viaduto estaiado, já<br />

citado anteriormente, que teve o maior número de casos de desapropriação<br />

total de imóveis 12 .<br />

E, o terceiro diz respeito a uma característica observada em Curitiba<br />

e algumas cidades-sede e refere-se às empresas vencedoras de licitação das<br />

obras da Copa. Contrariamente à hipótese inicial de que as obras alavancariam<br />

oportunidades para a atuação de grandes empreiteiras, o que se vislumbra<br />

é o fato de que, em Curitiba, quase 80% das empresas ganhadoras<br />

de licitação das obras de infraestrutura são de capital local. A participação<br />

de empresas de outros estados é ínfima e considerando aquelas de capital<br />

estrangeiro, ainda menor (SILVA, 2012).<br />

Assim, apesar da maioria das decisões ligadas à organização da Copa<br />

em Curitiba estar subordinada diretamente a escalas mais amplas (FIFA, patrocinadores<br />

do evento etc.), há a outra faceta deste momento, que é quando<br />

empresas ou pessoas tentam se beneficiar, mesmo que minimamente, dos<br />

efeitos econômicos desencadeados pelo megaevento. Nesse sentido, se inserem<br />

não apenas as empresas de capital local que atendem a uma demanda<br />

muitas vezes não interessante e rentável para as grandes empreiteiras,<br />

tendo em vista que os valores envolvidos estão abaixo daqueles das demais<br />

cidades-sede.<br />

No âmbito da ativação do comércio local também pairam dúvidas, sobretudo<br />

relativas às intenções que podem esbarrar em definições legais (Lei<br />

Geral da Copa), que proíbem ou restringem determinadas atividades econômicas,<br />

criando empasses e embates. Tal é a situação que se vislumbra possi-<br />

11 Esse percentual é aproximado, na medida que para vários casos não se conseguiu identificar<br />

se a desapropriação era total ou parcial. Em anexo a relação de desapropriação por obra e<br />

decreto.<br />

12 A outra obra com número representativo de desapropriações foi a do estádio Joaquim Américo<br />

Guimarães, com 17 imóveis.<br />

Elementos para a Compreensão das Transformações de Curitiba em Face da Copa 2014 287

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