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BRASIL

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diações do Aeroporto Internacional Afonso Pena. No bojo das obras para a<br />

Copa do Mundo, seria construída a terceira pista do aeroporto e a comunidade<br />

removida, mas após resistência da comunidade as obras foram interrompidas.<br />

Ressalta-se que a ampliação do aeroporto desrespeita à ordem<br />

urbanística que qualifica a área para fins de implantação de habitação social,<br />

já a tendo reconhecida como ZEIS, a concessão real de uso, que há muito<br />

tempo foi concedida aos moradores, bem como os direitos à informação<br />

e à participação, pois a comunidade nunca foi consultada sobre o projeto. As<br />

obras foram adiadas para 2018 e há indicativos de avanços na regularização<br />

fundiária.<br />

Em Fortaleza, a construção do VLT trouxe grandes impactos sobre a<br />

moradia de milhares de famílias. Durante a execução, do projeto o número<br />

de remoções variou bastante, desde o seu anúncio, devido à omissão de<br />

informações, devido à mudanças no projeto e até mesmo como estratégia<br />

do governo de desmobilizar a população atingida. De acordo com dados<br />

publicados pela imprensa local, aproximadamente 5 mil famílias foram<br />

removidas.<br />

Esse número só não foi maior por conta dos processos de resistência,<br />

que fizeram o governo modificar o projeto em alguns trechos, diminuindo<br />

significativamente o número de casas atingidas, como foi o caso das comunidades<br />

Aldaci Barbosa e Lauro Vieira Chaves. É importante registrar que<br />

as famílias que permaneceram nas cerca de 22 comunidades diretamente<br />

atingidas, convivem com a precariedade habitacional e a informalidade urbana,<br />

pois não foram contempladas com obras de urbanização ou projetos<br />

de regularização fundiária.<br />

Para as famílias despejadas, as opções foram indenizações ou reassentamento<br />

em apartamentos do PMCMV. Os valores de indenização não<br />

têm se mostrado suficientes para o mercado imobiliário regular no mesmo<br />

bairro e os apartamentos, em sua maioria, foram construídos na periferia da<br />

cidade. As críticas a esta opção para reassentamento das famílias removidas<br />

por causa da Copa do Mundo recaem sobre a localização dos apartamentos<br />

deste programa (distante até 20 km de algumas comunidades originárias), o<br />

padrão e tamanho dos apartamentos e a carência de serviços e equipamentos<br />

urbanos no seu entorno, sendo que os poucos existentes serão saturados<br />

com o significativo aumento de demanda a partir da chegada dos novos<br />

moradores.<br />

Em Porto Alegre, as obras de mobilidade urbana, acrescentadas às<br />

obras de ampliação do Aeroporto e no entorno do Estádio Beira-Rio tiveram<br />

grande impacto nas remoções de moradias, que atingiram, no eixo centro-<br />

-sul da cidade, diretamente, 1.525 famílias na Av. Tronco e 70 famílias no<br />

entorno do Beira-Rio. No eixo norte, nas proximidades do Aeroporto, foram<br />

impactadas 1.479 famílias na Vila Dique, 1.291 na Vila Nazaré e 200 no Vila<br />

Copa do Mundo 2014 e os Impactos no Direito à Moradia 95

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