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BRASIL

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Metropolização e Megaeventos:<br />

proposições gerais em torno<br />

da Copa do Mundo 2014 e das<br />

Olimpíadas 2016 no Brasil<br />

Orlando Alves dos Santos Junior 1<br />

Introdução<br />

O Brasil sediou a Copa do Mundo de 2014 e a cidade do Rio de Janeiro vai ser<br />

a sede das Olimpíadas de 2016. Entre as principais questões relacionadas à<br />

realização dos megaeventos esportivos destacam-se o debate em torno dos<br />

supostos benefícios decorrentes dos investimentos realizados e os custos de<br />

preparação das cidades para sediar tais eventos. Debate este que atravessa<br />

os meios de comunicação, a sociedade em geral e o mundo acadêmico.<br />

No entanto, para além dos aspectos positivos que possam ser levantados,<br />

parece fundamental discutir o sentido das intervenções promovidas sob a<br />

legitimidade desses megaeventos, e seus impactos sobre as cidades. Nesse<br />

sentido, estudos críticos têm levantado diversas reflexões em torno das<br />

transformações vividas pelas cidades, na perspectiva de identificar tanto os<br />

projetos de cidade aos quais estes investimentos estão subordinados, quanto<br />

os processos de violação dos direitos humanos, em especial por meio<br />

de remoções, e adoção de procedimentos e regulações antidemocráticas<br />

(COHRE, 2007; EICK, 2011; MALTE & LEY, 2011).<br />

O objetivo deste artigo é sumarizar algumas das proposições geradas<br />

como resultados da pesquisa Metropolização e Megaeventos: os impactos<br />

da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016) sobre as metrópoles brasileiras,<br />

e que expressam, em linhas gerais, as bases da interpretação das<br />

transformações vividas pelas cidades-sede. O argumento central é que estes<br />

dois megaeventos esportivos se constituem em expressões de projetos<br />

urbanos de reestruturação das cidades-sede, e da difusão e adoção de um<br />

1 Professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional IPPUR da Universidade<br />

Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e pesquisador do Observatório das Metrópoles.<br />

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