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eneficiados e que a maioria dos clubes (73%) não acreditam que o governo<br />

fez o suficiente para ajudar o esporte comunitário a criar um legado de participação”<br />

(SPORT AND RECREATION ALLIANCE, 2013, p. 13).<br />

Aonde isso deixa os estudos críticos que existiam antes das Olimpíadas<br />

de 2012? Por que existia um contraste entre a grande mídia e as opiniões<br />

dos sociólogos sobre as Olimpíadas? Que papel a mídia desempenhou nessa<br />

situação? Dois aspectos da aparente incompatibilidade entre os estudos críticos<br />

e os relatos da mídia são discutidos aqui. Um deriva da reflexão sobre<br />

o que a sociologia da mídia e da produção de notícias, em particular, nos<br />

conta sobre a relação entre a mídia e os eventos esportivos. Outro é relacionado<br />

ao foco da pesquisa de muitos textos sociológicos sobre as Olimpíadas<br />

e megaeventos esportivos em geral. Enquanto alguns autores de estudos do<br />

esporte e gerenciamento de esporte tendem a produzir explicações descritivas<br />

e orientadas de maneira prática, os textos sociológicos sobre Olimpíadas<br />

geralmente adotam um tom teórico crítico ou descrente a priori. Corroborar<br />

com essa pesquisa, tem sido um trabalho de focar na crítica estrutural, ligada<br />

à política da exposição que informou o jornalismo investigativo para os Jogos<br />

Olímpicos (por exemplo, ver SIMSON & JENNINGS, 1992). Pode ser sugerido<br />

que sociólogos e outros cientistas sociais precisam conduzir pesquisas corroboradas<br />

por um foco em processos, de envolvimento, interação e como os<br />

megaeventos esportivos afetam a vida das pessoas, em igual medida.<br />

Sociologia e a mediação<br />

dos megaeventos esportivos<br />

É um axioma sociológico que a cobertura da grande mídia de qualquer coisa<br />

envolva um processo de luta entre grupos rivais: essencialmente entre<br />

definidores primários e secundários (HALL et al., 1978). O local da disputa<br />

é definir uma realidade social. Ainda que essa luta envolva relações de poderes<br />

desiguais – de recursos, tempo e legitimidade. A “hierarquia da credibilidade”<br />

favorece os organizadores dos megaeventos esportivos (BECKER,<br />

1967). Nos últimos 15 anos, os esportes profissionais foram testemunhas de<br />

um dramático crescimento no uso das técnicas das relações públicas (BOY-<br />

LE, 2006). Essa competência foi amplamente implementada pelas organizações<br />

responsáveis pela preparação e estímulo a organizar os megaeventos<br />

– incluindo o Comitê Olímpico Internacional (IOC) e a Federação Internacional<br />

de Futebol (FIFA) – e especialmente desde o começo dos anos 1990,<br />

e duas décadas de jornalismo investigativo que revelou o “lado negro” dos<br />

megaeventos esportivos (e.g. SIMSON & JENNINGS, 1992; JENNINGS, 1996;<br />

JENNINGS; SAMBROOK, 2000; JENNINGS, 2006). No caso dos megaeventos<br />

esportivos podemos falar sobre “reforçadores” e “céticos” ou “apoiadores” e<br />

“ativistas”. Os primeiros tendem a ter maiores recursos e influência sobre a<br />

492 Metropolização e Megaeventos

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