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Patriarcas e Profetas por Ellen G White [Edição Revisada]

Este livro trata de assuntos na história generacional, familiar e individuo; assuntos delicados que, em si mesmos, não são novos, mas apresentados aqui de um modo que lhes dá nova significação, revelando teias de tentação, motivos de ação, e poder de superação, mostrando o importante propósito de certos movimentos em nossas vidas e realçando alguns aspectos que são apenas mencionados sucintamente na Biblia. As cenas têm assim uma vividez e importância que tendem a causar impressões profundos e duradouras. É lançada tal luz sobre o relato bíblico que revele mais cabalmente o nobre ou frágil caráter e o destino de alguns personagens; manifeste os ardis do mal e a forma pela qual será finalmente destruído o seu poder; aponte a debilidade do coração humano; e mostre como a graça divino tem habilitado os homens a serem vitoriosos na batalha contra o mal.

Este livro trata de assuntos na história generacional, familiar e individuo; assuntos delicados que, em si mesmos, não são novos, mas apresentados aqui de um modo que lhes dá nova significação, revelando teias de tentação, motivos de ação, e poder de superação, mostrando o importante propósito de certos movimentos em nossas vidas e realçando alguns aspectos que são apenas mencionados sucintamente na Biblia. As cenas têm assim uma vividez e importância que tendem a causar impressões profundos e duradouras. É lançada tal luz sobre o relato bíblico que revele mais cabalmente o nobre ou frágil caráter e o destino de alguns personagens; manifeste os ardis do mal e a forma pela qual será finalmente destruído o seu poder; aponte a debilidade do coração humano; e mostre como a graça divino tem habilitado os homens a serem vitoriosos na batalha contra o mal.

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<strong>Patriarcas</strong> e <strong>Profetas</strong><br />

a mulher se fez passar a Davi <strong>por</strong> uma viúva, cujos dois filhos tinham sido sua única consolação e apoio.<br />

Em uma rixa, um destes matou o outro, e agora todos os parentes da família exigiam que o sobrevivente<br />

fosse entregue ao vingador do sangue. “Assim”, disse a mãe, “apagarão a brasa que me ficou, de sorte<br />

que não deixam a meu marido nome, nem resto sobre a Terra”. 2 Samuel 14:7. Os sentimentos do rei<br />

foram tocados com esse apelo, e ele assegurou à mulher a proteção real para seu filho.<br />

Depois de arrancar dele repetidas promessas pela segurança do jovem, impetrou a clemência do<br />

rei, declarando que ele falara como alguém em falta, <strong>por</strong> não ter mandado buscar de volta para casa o seu<br />

exilado. “Porque”, disse ela, “certamente morreremos, e seremos como águas derramadas na terra, que<br />

não se ajuntam mais: Deus, pois, lhe não tirará a vida, mas ideará pensamentos, para que se não desterre<br />

dEle o Seu desterrado”. 2 Samuel 14:14. Este quadro terno e tocante do amor de Deus para com o<br />

pecador, vindo, como veio, de Joabe, o rude soldado, é uma prova notável da familiaridade dos israelitas<br />

com as grandes verdades da redenção. O rei, sentindo sua própria necessidade da misericórdia de Deus,<br />

não pôde resistir a este apelo. A Joabe foi dada a ordem: “Vai, pois, e torna a trazer o mancebo Absalão.”<br />

A Absalão foi permitido voltar a Jerusalém, mas não para comparecer à corte, ou encontrar seu pai.<br />

Davi tinha começado a ver os maus efeitos de sua condescendência para com os filhos; e embora amasse<br />

com ternura esse belo e prendado filho, achou necessário que, como uma lição tanto a Absalão como ao<br />

povo, fosse manifesta aversão <strong>por</strong> esse crime. Absalão viveu dois anos em sua própria casa, mas banido<br />

da corte. Sua irmã morava com ele, e sua presença conservava viva a lembrança do mal irreparável que<br />

sofrera. Na apreciação popular, o príncipe era um herói, em vez de um transgressor. E, tendo esta<br />

vantagem, pôs-se a conquistar o coração do povo. Sua aparência pessoal era de tal maneira que captava<br />

a admiração de todos os que o viam. “Não havia, <strong>por</strong>ém, em todo o Israel homem tão belo e tão aprazível<br />

como Absalão; desde a planta do pé até à cabeça não havia nele defeito algum”. 2 Samuel 14:21, 25. Não<br />

era prudente, da parte do rei, deixar um homem do caráter de Absalão — ambicioso, impulsivo e<br />

apaixonado — a acalentar durante dois anos supostas ofensas. E o ato de Davi, permitindo-lhe voltar a<br />

Jerusalém e contudo recusando-se a admiti-lo em sua presença, alistou as simpatias do povo a seu favor.<br />

Tendo sempre diante de si a lembrança de sua própria transgressão à lei de Deus, Davi parecia<br />

moralmente paralisado; era fraco e irresoluto, quando antes de seu pecado era corajoso e decidido. Sua<br />

influência junto ao povo se havia enfraquecido. E tudo isto favorecia os planos de seu filho desnaturado.<br />

Mediante a influência de Joabe, Absalão foi de novo admitido à presença de seu pai; mas, embora<br />

houvesse uma reconciliação externa, continuou ele com seus projetos ambiciosos. Assumiu agora uma<br />

condição quase régia, tendo carros e cavalos, e cinqüenta homens para correrem diante dele. E, enquanto<br />

o rei mais e mais se inclinava a desejar o retiro e a solidão, Absalão cortejava assiduamente o favor<br />

popular. A influência da indiferença e irresolução de Davi estendeu-se a seus subordinados; a negligência<br />

e a demora caracterizavam a administração da justiça. Absalão ardilosamente mudava cada causa de<br />

descontentamento em proveito próprio. Dia após dia este homem de semblante nobre podia ser visto à<br />

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