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Espaços Urbanos<br />

Outro<br />

Espaços de vizinhança<br />

4,1<br />

4,1<br />

Espaço habitacional<br />

12,2<br />

Escola<br />

18,9<br />

Espaço recreativo e de lazer<br />

1,4<br />

Espaço comercial<br />

6,8<br />

Espaço frente de água<br />

14,9<br />

Espaço exterior de jogo e de desporto<br />

6,8<br />

Espaço verde<br />

24,3<br />

Rua<br />

6,8<br />

Affordances Emocionais(%)<br />

Figure 4: Expressão de affordances em espaços urbanos<br />

DISCUSSÃO<br />

Os resultados descritivos obtidos demonstram a eficácia do dispositivo metodológico criado<br />

para investigar as relações entre as crianças e os lugares significativos do seu território e geografias,<br />

apoiados numa perspetiva transacional desta interação, a partir da criança enquanto ator<br />

participante na cidade, com voz ativa e dialogante relativamente à sua perceção e ação sobre os<br />

diferentes espaços urbanos. Contudo, será interessante e necessário aprofundar a análise entre as<br />

variáveis identificadas, de modo a melhor compreender a complexidade factorial em torno da<br />

dinâmica relacional mobilidade-affordance emocional-espaço urbano.<br />

Neste seguimento propomos uma parte de um modelo teórico e conceptual mais alargado<br />

que pretende consubstanciar a perspetiva que tem vindo a ser desenvolvido, ao longo do<br />

doutoramento, da relação criança-lugar. Chamamos a este modelo , o “Modelo Transacional<br />

Criança-Cidade“, sendo este influenciado por vários estudos e abordagens que partilham a<br />

perspetiva transacional da relação criança-ambiente através do conceito de affordance.<br />

Nesse âmbito, destacamos o trabalho desenvolvido por Kyttä (2004) relativo à conceção<br />

de ambientes amigos das crianças, no qual quatro ambientes distintos são sugeridos a partir da<br />

covariação entre independência de mobilidade da criança e o número de affordances atualizadas,<br />

assentes no pressuposto de oportunidades de mobilidade e de jogo diverso (Moore, 1986); a<br />

investigação de Broberg, Kyttä, & Fagerholm (2013) que desconstrói a ideia de um tipo de ambiente<br />

amigo da criança para uma conceção de estruturas amigas das crianças, uma vez que diferentes<br />

ambientes possibilitam diferentes usos e significados; e o trabalho pioneiro de Kyttä et al. (2012)<br />

que através da metodologia SoftGISchildren estudou os padrões comportamentais da criança e<br />

lugares significativos, partindo de uma categorização de affordances social, funcional e emocional.<br />

Modelo Transacional Criança-Cidade<br />

O modelo que propomos encontra-se dividido em quatro contextos, “social,” “funcionalação”;<br />

“funcional-atividade” e “emocional”. Cada um destes configura uma dimensão particular da<br />

relação transacional entre a criança e o ambiente sociofísico (espaços urbanos). Em qualquer tipo<br />

de interatividade transacional, a mobilidade e as affordances são ações interdependentes onde a<br />

primeira é condição fulcral para que a segunda se possa realizar. O espaço é vivido pela criança<br />

através de um processo relacional co-emergente entre ela enquanto ator participante e os diversos<br />

espaços urbanos.<br />

Deste modo, e no âmbito do presente trabalho, as relações transacionais criança-espaço<br />

são sempre especificadas pelas affordances emocionais percebidas e/ou realizadas pela criança,<br />

enquanto “ator-corpo”. Estas affordances possibilitam à criança o emergir de significados<br />

“corporificados” das suas experiências de lugares, em simultâneo, com outros tipos de affordances<br />

emocionais e de outras categorias.<br />

Neste seguimento, as crianças na cidade são perspetivadas como especialistas do espaço-<br />

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