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particularmente a atenção. Em primeiro lugar, construiu-se um conjunto de condições que<br />

sustentam a elaboração de estratégias cada vez mais explícitas de incluir as monitoras no<br />

planejamento e execução das oficinas, de forma a que se apropriem dessa forma de brincar,<br />

vendo-se como atores nas brincadeiras com as crianças (e não apenas arbitrando e apartando<br />

as crianças). Além disso, passou-se a ter a possibilidade de maior proximidade com a equipe<br />

técnica e monitoras, como interlocutoras a respeito do desenvolvimento e cuidado às crianças,<br />

organizadas a partir das suas formas de brincar.<br />

Considerações Finais<br />

A brincadeira se dá na superposição de duas ou mais áreas do brincar – nesse caso nos<br />

referimos aos alunos, aos monitores e às crianças – e relaciona-se a duas pessoas que brincam<br />

juntas. Se o universal é brincar, quando este não é possível, o trabalho do adulto responsável<br />

deve ser orientado de modo a fazê-lo acontecer (WINNICOTT, 1975).<br />

Na interação entre adulto e criança importa que o brincar mútuo possa oferecer o espaço<br />

do diálogo, da comunicação e do acolhimento. O trabalho desenvolvido pelas oficinas lúdicas foi<br />

afirmar que a atenção às crianças deve ser feita com a ética da delicadeza e a ética do encontro.<br />

As oficinas lúdicas propiciaram o brincar tanto na dimensão da presença, de estar junto,<br />

como na dimensão de uma sustentação física. Com sua presença, os alunos mantinham a<br />

regularidade do ambiente, de modo que as atividades pudessem ocorrer; com sua presença,<br />

ofereciam segurança para que ninguém se machucasse ou ficasse solitário frente ao caos do<br />

ambiente. Mediar os conflitos por meio do encontro e do diálogo, brincar junto e sugerir atividades<br />

fez com que as crianças confiassem no trabalho desenvolvido. O trabalho realizado propiciou às<br />

crianças a experiência criativa que, muitas vezes, não acontecia em outros espaços.<br />

A rede de atenção à infância precisa ser tecida através da composição de várias<br />

parcerias que possam viabilizar a ampliação da inserção na comunidade, a autonomia e<br />

participação das crianças com os serviços oferecidos pela comunidade, uma maior apropriação<br />

dos recursos culturais existentes, além de oferecer uma maior inserção em redes territoriais e<br />

apoio para diversas atividades. A atenção deve ser ampliada para cuidar da instituição abrigo e<br />

das pessoas que ali exercem a função de cuidadores.<br />

Referências<br />

Alves, N. (2001). Decifrando o pergaminho – O cotidiano das escolas nas lógicas das redes<br />

cotidianas. In: Oliveira, J.B.; Barbosa, I. & Alves, N. (orgs). Pesquisa no/do cotidiano das<br />

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Brasil.(1990) Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União, Lei n.º 8.069, de<br />

13.07, Brasília.<br />

Chateau, J. (1987). O Jogo e a Criança. São Paulo, Summus.<br />

Corsino, P. (2008). “Pensando a Infância e o Direito de Brincar”. IN: Brasil, Jogos e<br />

Brincadeiras: Desafios e Descobertas (pp. 12-24). Brasília: MEC, Coleção Salto para o<br />

Futuro.<br />

Galletti, M. C.(2004). Oficina em Saúde Mental: Instrumento Terapêutico ou Intercessor<br />

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Huizinga, J.(1996). Homo Ludens. São Paulo, Ed. Perspectiva.<br />

Lopez, I. C. (1999). “A Contribuição Paulistana à Reforma em Saúde Mental Brasileira. A<br />

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Vincentim, M.C. &. Fernandes, I.A (orgs). Trajetórias da Saúde mental em São Paulo<br />

1989 – 1996, (pp. 29-92). Taubaté (SP), Cabral Editora Universitária.<br />

Melo, L. de L. & Valle, E.R.M. do.(2005). “O Brinquedo e o Brincar no Desenvolvimento Infantil”.<br />

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Méndez, E. (1998). Infância e Cidadania na América Latina. São Paulo: Hucitec/Instituto Airton<br />

Senna.<br />

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