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de forma reflexiva e criativa aos problemas, assim como adaptar-se às exigências que um novo<br />
papel profissional poderá trazer.<br />
Promover o pensamento crítico ajudará a desenvolver cidadãos capazes de refletir criticamente,<br />
que participem em debates públicos sobre questões sociais, reforçando-se assim a democracia<br />
e a responsabilidade social (Yang & Chung, 2009), orientando por valores a tomada de decisão<br />
no quotidiano ao interagir com os outros e com o ambiente (Vieira & Tenreiro-Vieira, 2005).<br />
CIDADANIA<br />
Ao falar-se em cidadania pode-se adotar diferentes definições: pode ser entendida como<br />
conjunto de direitos, conjunto de deveres, como identidade ou como participação (Monteiro &<br />
Castro, 2008). O sentido da participação é o de se sentir envolvido e disposto a contribuir na vida<br />
da comunidade. No caso de crianças e jovens é entendendo a cidadania como participação que<br />
se torna possível o exercício dessa por parte desses sujeitos, considerando-os meaning-givers<br />
na sociedade, acabando assim por intervir nessa (Monteiro & Castro, 2008).<br />
É entendida também pelo estado no qual (ou com o qual) a pessoa tem os direitos e/ou<br />
obrigações associados à pertença a uma comunidade alargada, especialmente a um Estado<br />
(Vieira, Nogueira & Tavares, 2009). Implica direitos, mas também deveres, ações, qualidades,<br />
mérito e opiniões que são consequências da relação quer entre o Estado e o indivíduo, quer<br />
destes entre si.<br />
No âmbito da educação (DGE, 2013), a cidadania traduz-se numa atitude e num comportamento,<br />
num modo de estar em sociedade que tem como referência os direitos humanos, nomeadamente<br />
os valores da igualdade, da democracia e da justiça social<br />
Neste contexto emerge a Educação para a Cidadania, oferta letiva que objetiva contribuir para a<br />
formação de pessoas responsáveis, autónomas e solidárias que conheçam e exerçam os seus<br />
direitos e deveres numa perspetiva democrática, pluralista, crítica e criativa, respeitando os<br />
valores dos direitos humanos (DGE, 2013). A vivência da cidadania, na sua vertente prática,<br />
constitui um processo participado, individual e coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os<br />
problemas sentidos por cada um e pela sociedade, implicando uma tomada de consciência.<br />
A escola constitui-se deste modo como uma importante ferramenta para a aprendizagem,<br />
promoção e exercício da cidadania, podendo ser trabalhadas diferentes dimensões,<br />
nomeadamente: educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento<br />
sustentável; educação rodoviária; educação financeira; educação do consumidor; educação para<br />
o empreendedorismo; educação para a igualdade de género; educação intercultural; educação<br />
para o desenvolvimento; educação para a defesa e a segurança/educação para a paz;<br />
voluntariado; educação para os media; dimensão europeia da educação; educação para a saúde<br />
e a sexualidade (DGE, 2013).<br />
A cidadania como conjunto de conhecimentos e práticas na sua transmissão às novas gerações<br />
deve ser analisado sob dois pontos de vista: prático, ou seja o modelo observado pela criança<br />
na figura dos adultos, uma vez que a relação com os adultos e com os pares influencia as<br />
condutas sociomorais de crianças e adolescentes e a imitação de modelos de vida real e<br />
simbólicos também desempenha um importante papel na aprendizagem das suas condutas<br />
sociais (Martins, 2010). Do ponto de vista teórico, ou seja, o modelo informacional, entendendose<br />
com isso a informação utilizada e divulgada; privilegiando-se estratégias de promoção do<br />
desenvolvimento sociomoral, por oposição a estratégias de mera doutrinação ou de mera<br />
clarificação de valores (aceitação de todos e de quaisquer valores como se fossem igualmente<br />
ajustados), é possível levar-se à formação de cidadãos autónomos, com espírito crítico, justos,<br />
responsáveis e capazes de tomadas de decisão conscientes, eficazes e éticas (Martins, 2010).<br />
DISCUSSÃO: a aplicação do projeto LEFO<br />
O projeto LEFO (ler, escrever, falar, ouvir), que foi construído com base no Projeto Promoção do<br />
Pensamento Crítico - ARGUMENTO, pretendeu promover o pensamento crítico através do<br />
desenvolvimento de estratégias que visam estimular as suas competências com recurso aos<br />
conteúdos linguísticos e uso de várias formas de escrita literária. O projeto foi implementado na<br />
componente letiva de Oficina de Escrita, por ser esta a oferta educativa da escola, sendo<br />
dinamizado por uma equipa de psicólogas.<br />
O projeto teve como finalidade a promoção da cidadania ativa entre os alunos e a população em<br />
geral, impulsionada pelo desenvolvimento de competências do pensamento crítico e a promoção<br />
do sucesso escolar, o que em conjunto representam o trinómio das componentes bases do<br />
programa Argumento.<br />
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