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determinada sensibilidade artística de manuseamento dos meios audiovisuais e uma consciência<br />

para o uso responsável das tecnologias de comunicação.<br />

Poderá também declarar-se que a prática da arte audiovisual ajudou a retratar e a tornar<br />

visível a realidade social das crianças e do bairro de São Tomé. É igualmente possível afirmar<br />

que através da apropriação das tecnologias da comunicação audiovisual as crianças<br />

emanciparam-se perante a utilização de outros meios e modelos de comunicação e, por isso,<br />

estas tornaram-se aptas e com competências para manipularem e usarem não só a comunicação<br />

escrita e verbal, mas também para comunicarem criativamente através da arte audiovisual. Tal<br />

como escreve a autora Tania Porto (2006): "a incorporação dos meios de comunicação e das<br />

linguagens culturais faz com que se desloque a questão da linguagem para além dos códigos<br />

escrito e oral que vêm ocupando os professores da escola básica.” (Porto, 2006: p. 50). Ainda a<br />

propósito das vantagens da produção de filmes por parte das crianças, as autoras Arrelaro,<br />

Machado e Wiggers (2014) referem que:<br />

Sob essa perspectiva, brincar de produzir vídeos possibilita ampliar o imaginário infantil e<br />

revivê-lo posteriormente, além de evidenciar o protagonismo de crianças na produção,<br />

atuação e consumo das mídias. As crianças produzem sentido a partir das situações<br />

observadas em seus cotidianos e se apropriam das narrativas a que têm acesso, como da<br />

televisão, computador, histórias contadas e <strong>livro</strong>s. (Arrelaro et al., 2014, p. 8).<br />

Logo, se as crianças estiverem conscientizadas acerca do poder de transformação da<br />

câmara de filmar num determinado contexto, estas apreendem assim a força de cada<br />

instrumento de representação, do seu enquadramento e perspetiva de visão, podendo assim<br />

intervir para documentar e impulsionar transformações. Tal como as autoras Zandonade &<br />

Fagundes (2003) comentam na sua monografia, o vídeo documentário pode ser utilizado como<br />

um instrumento de mobilização e participação social: “Enfim, a utilização do vídeo documentário<br />

deve despertar a participação popular que contribua para a formação da cidadania e estimule,<br />

por sua vez, a atuação do profissional em uma nova prática de comunicação.” (Zandonade &<br />

Fagundes, 2003: p. 44).<br />

O projeto “Olhares Sonhadores” contou com a participação ativa das crianças e foi uma<br />

oportunidade para o grupo se aproximar da área artística, através do contacto direto com a arte<br />

audiovisual e das novas tecnologias de comunicação, as crianças adquirem “voz” para<br />

comunicarem os seus pensamentos e para concretizarem representações audiovisuais e<br />

artísticas dos seus contextos sociais e familiares. Assim, as tecnologias da comunicação<br />

audiovisual estiveram ao serviço desta comunidade, colocando um grupo de crianças do 2.º ano<br />

da escola e do bairro de São Tomé como colaboradoras contribuintes no desenvolvimento e a<br />

concretização do Webdocumentário “Olhares Sonhadores”.<br />

Referências Bibliográficas<br />

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Almeida, A. N. (2011). A sociologia e a construção da infância: olhares do lado da família. In<br />

Leandro, M. E. (coord.). Laços Familiares e Sociais. Viseu: PsicoSoma.<br />

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Tecnologias e a Produção de Narrativas Digitais. Currículo sem Frontreiras, 12(n.º3), 57-82.<br />

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crianças: a alfabetização audiovisual através da fotografia. comunicação & educação.<br />

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Documentary Film, 6 (n.º2), 125-139.<br />

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