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Pensar geograficamente os espaços urbanos e rurais em mudança<br />

Carla Sofia Oliveira<br />

Escola Secundária de Felgueiras<br />

carlasofia.geo@gmail.com<br />

Resumo - A Educação Geográfica permite-nos ‘pensar geograficamente’ o mundo em<br />

mudança (Lambert, 2006; Solem, Lambert & Tani, 2013), ou seja, compreender as relações<br />

sistemáticas entre as pessoas, os lugares e os contextos. Muitos dos desafios<br />

contemporâneos - as alterações dos espaços urbanos e rurais, as mudanças climáticas, as<br />

escolhas energéticas, a globalização - não podem ser compreendidos sem a perspetiva<br />

geográfica. Não há dúvida que a Geografia ajuda-nos a sermos cidadãos conhecedores,<br />

atentos às comunidades locais, inseridas num contexto global (GA, 2009). Fisher & Binns<br />

(2000), Rodrígues Lestegás (2002), Souto González (2003), Miranda (2009) e Esteves (2010)<br />

alertam para outro facto importante, o da Geografia ser uma disciplina dinâmica que<br />

desempenha um papel importante na preparação dos jovens para a cidadania do século XXI.<br />

Se a educação não abordasse os espaços e os lugares sentir-nos-íamos ‘perdidos’, não<br />

ocorrendo, assim, uma correta compreensão da realidade (Walford, 2000). É fundamental<br />

estimular os alunos a ‘viver’ a Geografia (Lambert, 2006; GA, 2009; Brooks, 2010; Biddulph,<br />

2011). Nesse sentido, o professor deverá: valorizar as ‘geografias’ pessoais dos seus alunos,<br />

ou seja, as suas experiências quotidianas e relações com o mundo; abordar temas<br />

diretamente relevantes para a vida dos seus alunos; analisar os contextos e problemas locais<br />

contextualizando-os globalmente. Para que a Geografia, ao longo do século XXI,<br />

desempenhe um papel preponderante na educação de cidadãos geograficamente<br />

competentes, e continue a ser o veículo e o contexto de muitas oportunidades de<br />

descoberta/pesquisa e aprendizagem, é fundamental que os professores, de modo a ir ao<br />

encontro das características e necessidades dos seus alunos e a atingir os objetivos de<br />

aprendizagem traçados, continuem a desenvolver diversos estilos e estratégias de ensino e<br />

a utilizar uma grande diversidade de recursos. Este estudo compara as perspetivas de<br />

professores avaliadores e avaliados de Geografia sobre o ensino da Geografia. Os dados,<br />

obtidos através da aplicação de um questionário a 60 avaliadores e 110 avaliados, sugerem<br />

não haver grandes diferenças entre as perspetivas dos dois grupos de professores.<br />

Palavras-chave: ensino da Geografia, conhecimento geográfico, espaços urbano e rural, cidadania<br />

1. Introdução<br />

A Educação Geográfica permite-nos ‘pensar geograficamente’ o mundo em mudança e<br />

assim, dar-lhe sentido. Muitos dos desafios contemporâneos – as alterações dos espaços<br />

urbanos e rurais, as mudanças climáticas, as escolhas energéticas, a segurança alimentar, a<br />

globalização - não podem ser compreendidos sem a perspetiva geográfica. Se a educação não<br />

abordasse os espaços e os lugares sentir-nos-íamos ‘perdidos’ e não poderia ocorrer uma<br />

correta compreensão da sociedade, do ambiente (Walford, 2000), das mudanças, dos conflitos<br />

e outros acontecimentos importantes que têm impacto nas nossas vidas atualmente e que nos<br />

poderão afetar num futuro próximo. Não há dúvida que a Geografia ajuda-nos a viver as nossas<br />

vidas, a tomar decisões, a sermos cidadãos conhecedores, atentos às comunidades locais,<br />

inseridas num contexto global (GA, 2009). Fisher & Binns (2000), Rodrígues Lestegás (2002),<br />

Souto González (2003), Miranda (2009) e Esteves (2010) alertam para outro facto importante, o<br />

da Geografia ser uma disciplina dinâmica que desempenha um papel importante na preparação<br />

dos jovens para a cidadania do século XXI. Nunes & Braga (2012) também partilham de tal<br />

opinião, quando referem que a Geografia deve promover a problematização do conhecimento e<br />

a construção de aprendizagens significativas, úteis e funcionais, que promovam o<br />

desenvolvimento intelectual e cívico dos alunos.<br />

2. Objetivo da investigação<br />

Quer em Portugal, quer no estrangeiro, o ensino da Geografia e o desenvolvimento<br />

profissional dos professores de Geografia tem sido pouco estudado. Além disso, e embora haja<br />

professores de Geografia que desempenham funções de avaliadores e que, por isso, deveriam<br />

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