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questionamento sobre outras opções que poderiam ser construídas com<br />

determinadas peças, e as crianças sugerem: robôs, carrinhos, aviões.<br />

Ela solicita, então, que cada criança faça algo diferente de armas para colocar<br />

sobre as mesas para uma exposição. As crianças fizeram o que foi solicitado<br />

e a professora salientou a possibilidade de diversas construções, diferente<br />

daquelas que elas faziam com frequência.<br />

Em seguida, a professora faz alguns registros em seu caderno e se dirige para<br />

outro grupo que estava em outro canto. (Observação, sala de referência da<br />

turma, professora Marisa, Instituição B, 2014).<br />

Mediante tal episódio, é possível perceber como a professora faz as intervenções de<br />

maneira próxima às crianças, envolvendo-as em suas explicações e proposituras de mudanças<br />

de comportamentos e atitudes.<br />

Diferentemente de uma postura autoritária, na qual a professora poderia ter “mandado”<br />

as crianças pararem de construir armas ou até mesmo tirá-las da brincadeira, porém, com uma<br />

postura coerente, a professora permite que as crianças repensem sobre determinadas ações, de<br />

forma tranquila e até mesmo lúdica.<br />

É importante salientar que, nos outros dias em que estivemos presente nessa sala, as<br />

construções de armas ficaram cada vez menos frequentes. As crianças fizeram tentativas de<br />

novas construções, sempre chamando a professora para apreciação.<br />

Kramer (2009: p. 75) aponta contribuições para o episódio em questão, esclarecendo:<br />

“Liberdade de ação implica em limites e regras estabelecidos e compartilhados por todos, que,<br />

para isso, devem ser explícitos, constantes e coerentes”.<br />

Considerações finais<br />

Diante do exposto, constata-se a relevância da organização da sala em cantos, para<br />

favorecer as interações entre adultos e crianças e entre as crianças, porque, assim, as crianças<br />

têm a possibilidade de interagir em grupos menores, aprimorando suas formas de expressão e<br />

linguagem e adquirindo gradativamente uma autonomia em relação ao professor.<br />

No que concerne ao professor, essa maneira de propor o ambiente possibilita uma<br />

atenção mais precisa as necessidades e especificidades das crianças, contribuindo para um<br />

contato mais individualizado.<br />

Referências<br />

BRASIL. Congresso. Senado. (2009). Resolução n.º 05, de 2009. Diretrizes Curriculares<br />

Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, p. 18.<br />

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pp. 116-141.<br />

CHIZZOTTI, A. (1991). Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez.<br />

FORNEIRO, L. I. (1998). A organização dos espaços na educação infantil. In: ZABALZA, M. A.<br />

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Acesso em: jun.<br />

GARMS, G. M. Z. (2005). Trabalho diversificado no cotidiano da educação infantil. In:<br />

GUIMARÃES, C. M. (Org.). Perspectivas para a educação infantil. Araraquara: Junqueira<br />

& Marin. pp. 181-203.<br />

GUIMARÃES, D. O. (2009). Educação infantil: espaços e experiências. In: CORSINO, P. (Org.).<br />

Educação Infantil: cotidiano e políticas. Campinas, SP: Autores Associados. pp. 93-103<br />

(Coleção Educação Contemporânea).<br />

HORN, M.G.S. (2003). O papel do espaço a formação e transformação das ação pedagógica do<br />

educador infantil. 2003. 151 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do<br />

Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível em:<br />

http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1646. Acesso em: 10 set. 2013.<br />

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