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1. Discussão sobre o tempo do “relógio” : “O meu tempo…”.<br />

Descrição e debate sobre “um dia em que fosse eu a decidir tudo”.<br />

Conversa e registo sobre os trabalhos de casa.<br />

Conversa e análise do “Tempo para Brincar”<br />

Conversa: “O tempo das AEC’s e o tempo dos ATL’s.”.<br />

Conversa: O uso do Tempo e os Direitos da criança.<br />

Discussão do vídeo “Direito ao Coração”- Diálogo sobre o filme referido.<br />

Conversa sobre o percurso escolar e o futuro.<br />

1. A investigação sobre o tempo das Crianças da/na nossa escola<br />

Elaboração do questionário e das entrevistas para realizar às outras crianças.<br />

Experimentação dos questionários.<br />

Preparação e entrega dos questionários às crianças do 2.º e 4.º ano da mesma<br />

escola.<br />

Análise e conclusões dos questionários.<br />

O recurso à fotografia, ao vídeo e ao registo em papel foram utilizados para manter a memória<br />

da ação e sustentar o seu interesse pela produção de conhecimento, num processo que tinha<br />

realmente em conta a atitude e a opinião das crianças. A implicação na investigação-ação mudou<br />

a disposição das crianças no trabalho em contexto sala de aula, pela tomada de consciência que<br />

poderia ser uma escolha, face às margens de liberdade que descobriram no tempo do relógio,<br />

ou seja, do uso do próprio tempo dentro do tempo estruturado pelas atividades.<br />

A concretização da noção abstrata de “tempo” permitiu que as crianças se descobrissem no<br />

papel de atores sociais e ativos, que interpretam e são competentes para tomar decisões sobre<br />

o que fazer ou não em momentos em que dispõem de tempo entre tarefas.<br />

A avaliação do percurso de investigação que acabamos de narrar foi feita com as crianças<br />

e incluiu a apreciação do nosso próprio papel enquanto investigadora-adulta.<br />

Toda a informação gerada foi reunida em cartazes com fotografias que, para além da<br />

identificação do local (laboratório de Investigação), data de todas sessões realizadas e atores<br />

implicados anteriormente, relembrámos cada sessão e em subgrupos construímos um relato<br />

colectivo, em grande roda, à medida que se completava os cartazes, fomos conversando,<br />

anotando, discutindo e avaliando o percurso da nossa investigação.<br />

“ (…) gostei deste grupo, é muito engraçado, gostei de tudo… de fazer o cubo… de tirar fotografias<br />

de desenhar e também de falar”; “ Falei o que queria e ouviram-me.”<br />

Seguidamente de negociar, decidimos apresentar à comunidade educativa uma síntese de cada<br />

sessão e das principais conclusões. As crianças manifestaram o desejo de serem apresentadas<br />

no seu papel de investigadores sociais, no que seria o debate sobre “O tempo das crianças…<br />

silêncios vividos e ruídos sentidos”. A apresentação à Comunidade Educativa teve lugar numa<br />

sala da Escola, com a participação de trinta e cinco adultos: Pais/Encarregados de Educação,<br />

Direcção/Coordenação do Agrupamento, Professores de duas escolas do agrupamento,<br />

Assistentes Operacionais da Ação Educativa e Responsáveis pelo ATL.<br />

Os adultos debateram entre si e com o grupo de crianças o modo como o tempo de uns e outros<br />

estava ocupado sem ter em conta as suas necessidades e interesses. Foi referido o papel que<br />

a Escola e do ATL, enquanto lugares onde as crianças passam grande parte do seu tempo, na<br />

possibilidade das crianças exercerem também o seu direito de brincar, o que provocou conversas<br />

sobre memórias e sobre “a qualidade” do tipo de brincadeiras por parte dos adultos, tendo sido<br />

sublinhada a atualidade e autenticidade do debate e a surpresa/satisfação/entusiasmo face ao<br />

grupo de crianças no reconhecimento da sua qualidade de investigadoras e parceiras do adultoinvestigadora.<br />

O tempo vivido como direito da criança e condição necessária da participação na Cidade<br />

Neste artigo não podemos dar voz à experiência do uso do tempo que este grupo de crianças<br />

nos ajudou a tematizar e problematizar com a sua experiência vivida. Porém, não podemos<br />

deixar de questionar a possibilidade de participação das crianças na Cidade, sem ter a posição<br />

de subordinação que este grupo social vive, pela sua dependência dos adultos, cujos interesses<br />

podem estar em conflito direto ou indireto com os interesses das crianças.<br />

As crianças sentem-se muito ocupadas, reclamam a falta de tempos livres nestes termos:<br />

“Faço sempre alguma coisa…”; “Eu nem tenho tempo livre…”; “só ao fim-de-semana”; “de manhã<br />

antes de vir para a escola, depois de acabar a escola e ir para o ATL, e depois do jantar”.<br />

O quotidiano das crianças divide-se entre o tempo de dormir, de se preparar para um dia de<br />

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