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Os desejos das crianças em relação ao espaço educacional<br />

Ariadne de Sousa Evangelista<br />

Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP<br />

ariadne_ev@hotmail.com<br />

Fátima Aparecida Dias Gomes Marin<br />

Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP<br />

fatimadiasgomes@gmail.com<br />

Resumo – Neste trabalho apresentamos os resultados parciais da pesquisa de mestrado<br />

intitulada “Concepções e expectativas de crianças e de profissionais sobre o espaço na<br />

Educação Infantil”. O objeto dessa investigação é o espaço escolar da Educação Infantil,<br />

enquanto espaço urbano exclusivamente destinado a criança pequena. Compartilhamos a<br />

concepção de autores como Forneiro (1998) e Frago e Escolano (1998) que consideram o<br />

espaço escolar como um elemento curricular que tem o potencial para favorecer ou limitar o<br />

desenvolvimento infantil e a interação entre as crianças. Consideramos as crianças como<br />

seres ativos, produtores de cultura, capazes de participar das pesquisas científicas, conforme<br />

Campos (2008) e Sarmento (2007). Neste texto, buscamos compreender quais os desejos<br />

das crianças em relação ao espaço escolar, o que elas gostariam que tivesse na escola. Para<br />

tanto, realizamos um estudo de caso de cunho qualitativo e utilizamos como instrumentos de<br />

recolha de dados a observação e o poema de desejos. Esse instrumento permite que a<br />

criança expresse, através do desenho e da oralidade, seus anseios sobre o espaço escolar.<br />

A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal de Educação Infantil, em<br />

Presidente Prudente (SP/Brasil). Nesse recorte da pesquisa os sujeitos foram dezoito<br />

crianças, matriculadas no pré II, entre cinco e seis anos de idade. Analisamos os desenhos<br />

e os resultados apontaram o desejo das crianças para que a escola tenha espaços amplos e<br />

disponibilize um tempo maior para as brincadeiras. As crianças também têm expectativas em<br />

relação ao contato com a natureza e sinalizam para a necessidade de interação entre as<br />

crianças, seus familliares e a professora. Concluímos que os espaços e tempos do brincar,<br />

que fazem parte dos direitos e desejos das crianças, não estão sendo suficientemente<br />

garantidos pela escola. Além disso, é urgente ouvir as crianças não só nas pesquisas<br />

científicas, mas nas decisões sobre o cotidiano escolar.<br />

Palavras-chave: Educação. Educação Infantil. Espaço educacional. Pesquisa com Crianças.<br />

Organização do espaço escolar.<br />

Introdução<br />

Este estudo apresenta os resultados parciais da pesquisa “Concepções e expectativas de<br />

crianças e de profissionais sobre o espaço na Educação Infantil” vinculada ao programa de<br />

Mestrado em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual<br />

Paulista Júlio de Mesquita Filho (FCT/UNESP). O trabalho contou com o financiamento da<br />

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).<br />

O objeto de nossa investigação é o espaço educacional, enquanto espaço urbano,<br />

exclusivamente dedicado às crianças pequenas. Consideramos espaço educacional o local onde<br />

se estabelece a educação escolar institucionalizada e os outros espaços urbanos que são<br />

utilizados no período de aula, ainda que fora de muros da escola, com finalidade educativa.<br />

De acordo com Sarmento (s.d.) e Corsaro (2011), temos presenciado a diminuição dos espaços<br />

e tempos para que as crianças vivam suas infâncias, espaços de brincar, de explorar, de fazer<br />

amigos. No Brasil, a taxa de urbanização brasileira cresce constantemente, segundo o site do<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, observamos na nossa cidade a<br />

diminuição da dimensão dos terrenos residenciais e, portanto, um dos espaços destinados ao<br />

brincar.<br />

Corsaro (2011) afirma que em nome da segurança das crianças, criaram-se espaços específicos<br />

para que elas possam frequentar. Sobre esse aspecto Sarmento (s.d.) enfatiza que por um lado<br />

a circulação das crianças entre esses espaços, geralmente, é feita em veículo coletivo ou<br />

privado, fazendo com que a criança tenha uma visão idealizada da cidade; por outro lado as<br />

crianças transformam esses espaços em lugares, os valorizam e se afeiçoam a ele.<br />

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