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que é necessário romper com a imagem difundida de que a cidade apresenta mais perigos<br />

do que possibilidades às crianças.<br />

Também utilizamos Sarmento (2007) que faz uma avaliação crítica a respeito da falta de<br />

participação das crianças nas decisões das diversas esferas sociais. Na opinião do autor: “as<br />

crianças são vistas como os cidadãos do futuro; no presente, encontram-se afastadas do convívio<br />

colectivo, salvo no contexto escolar, e resguardadas pelas famílias da presença plena na vida em<br />

sociedade” (SARMENTO, 2007: 40).<br />

Para discutirmos o conceito de paisagem, fundamentamos o nosso estudo principalmente em<br />

Santos (1988;2006) que a considera como a unidade do visível, o que conseguimos apreender com<br />

os sentidos, sendo que através da análise de sua configuração podemos analisar a organização de<br />

determinada sociedade.<br />

No primeiro tópico do texto é apresentada a metodologia de pesquisa, detalhando a forma de<br />

aproximação com o objeto do estudo. Posteriormente, tecemos considerações sobre a criança como<br />

sujeito ativo que atua e interfere na organização da sociedade. A partir da criança considerada como<br />

agente social discutimos a cidade em seu constante processo de produção e reprodução, o lugar<br />

que a infância ocupa na organização do espaço urbano e a importância do brincar e os espaços de<br />

brincar na paisagem.<br />

Abordamos o conceito de paisagem, o qual se constitui em um dos conceitos estruturadores da<br />

Ciência Geográfica e que reconhecemos ser primordial como ponto de partida para a análise da<br />

visibilidade das crianças na cidade de Assis (São Paulo-Brasil).<br />

Como a pesquisa se encontra em andamento são apresentadas as reflexões decorrentes das<br />

leituras realizadas e os resultados iniciais da coleta de dados. Fizemos uma análise do Plano Diretor<br />

da cidade de Assis (São Paulo-Brasil) e fotografamos os espaços de brincar reconhecidos pelo<br />

governo local.<br />

Metodologia<br />

Para o desenvolvimento desta pesquisa, a opção metodológica é a abordagem qualitativa. O contato<br />

com o objeto de estudo é direto, fato que possibilita um envolvimento intenso com a situação<br />

investigada (MAIA, 2007).<br />

Sobre o papel do pesquisador em uma pesquisa de natureza qualitativa, Machado (2007: 10) afirma<br />

que este: “[...] constitui-se no principal instrumento da pesquisa, ou seja, a realidade é uma<br />

construção social da qual o pesquisador participa, consequentemente, acarretando a valorização da<br />

imersão do pesquisador no contexto estudado”. Chizzotti (1998: 80) também aponta que em uma<br />

pesquisa que utiliza esta opção metodológica, o pesquisador: “[...] é um ativo descobridor do<br />

significado das ações e das relações que se ocultam nas estruturas sociais”. Nesta perspectiva, por<br />

meio da vivência com o objeto de estudo, o pesquisador constrói as suas considerações e análises<br />

acerca das problemáticas que procura elucidar através do desenvolvimento da pesquisa. Trata-se<br />

de uma pesquisa descritiva que pretende discutir a visibilidade das crianças no espaço urbano, por<br />

meio do estudo das paisagens que se constituem como espaços de brincar, bem como explicitar os<br />

desejos e concepções das crianças com relação aos espaços de brincar e a sua atuação no contexto<br />

das políticas públicas e nas formas de apropriação do espaço.<br />

Como os objetos de estudo da presente pesquisa são os espaços de brincar situados fora de casa<br />

existentes na cidade de Assis (São Paulo-Brasil), analisados a partir do conceito paisagem, optouse<br />

por utilizar especificamente a metodologia estudo de caso. De acordo com Maia (2007: 87), a<br />

metodologia estudo de caso: “[...] deve ser escolhida quando o objetivo é estudar algo singular, que<br />

tenha valor em si mesmo, pois seu interesse incide naquilo que o objeto em questão tem de único<br />

e particular”.<br />

Assim, será realizada a análise da visibilidade das crianças, as quais se constituem em um grupo<br />

social distinto, em relação às políticas públicas voltadas para assegurar espaços de brincar<br />

destinados ao desenvolvimento de brincadeiras e também serão analisadas as relações que os<br />

sujeitos, as crianças, mantém com o espaço, o qual é apropriado por elas por meio de suas vivências<br />

e de suas visões de mundo e as modificações que ocorrem no espaço devido à dinâmica social que<br />

cria e recria espaços destinados para as atividades do brincar.<br />

Para a obtenção de fontes de informação realizamos a pesquisa bibliográfica, documental (plano<br />

diretor da cidade) e de campo. Estão sendo coletados dados referentes aos espaços de brincar<br />

situados fora de casa da cidade de Assis (São Paulo-Brasil). Os sujeitos serão dez crianças com<br />

idade entre 8 e 11 anos. Dentre as dez crianças, cinco serão de uma escola particular e as outras<br />

cinco de uma escola pública situada em área de exclusão social.<br />

Os instrumentos e técnicas de pesquisa se constituem em: fotografias dos espaços de brincar<br />

reconhecidos pelo governo local, observação destes espaços de brincar oficiais para verificar as<br />

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