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cívicas, vai ao encontro da tendência atual de perspetivar o pensamento crítico como<br />

componente da cidadania ativa numa sociedade democrática e como fator preponderante do<br />

sucesso escolar.<br />

Contudo, para uma boa aprendizagem e para a educação de um cidadão ativo e eficaz numa<br />

sociedade democrática são necessárias várias habilidades como tomada de decisão, resolução<br />

de problemas, elaboração de conclusões, interpretação de textos escritos, análise de múltiplas<br />

fontes e identificação de relações de causa-e-efeito bem como várias habilidades de pensamento<br />

crítico, como julgar a força de um argumento, deteção de enviesamentos, identificação de pontos<br />

de vista e determinar a credibilidade das fontes (Beyer, 2008).<br />

É importante que os alunos quando saem da escola saibam pensar e ler a realidade circundante<br />

e serem capazes de assumir autonomamente os seus direitos e deveres de cidadania (Almeida,<br />

2002), indo ao encontro do veiculado na Lei de Bases do Sistema Educativo (1986): “formando<br />

cidadãos capazes de julgarem com espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e<br />

de se empenharem na sua transformação progressiva”.<br />

PENSAMENTO CRÍTICO<br />

A revisão de literatura sobre o pensamento crítico apresenta um vasto número de<br />

conceptualizações, quase tantas quanto o número de teóricos que o estudam. Entre estas<br />

encontra-se a que apresenta o pensamento crítico enquanto forma de pensar reflexiva e sensata,<br />

com o objetivo de decidir no que se deve acreditar ou fazer e que implica sempre a ideia de<br />

avaliação, direcionado para a tomada de decisão e construção de uma opinião.<br />

É um raciocínio de complexidade superior que articula conhecimentos, experiências e<br />

competências intelectuais, apresentando-se como uma atividade reflexiva que envolve aspetos<br />

cognitivos e afetivos (Alich, Pereira & Magalhães, 2014; Ennis,1985; Franco, Dias, Almeida &<br />

Joly,2011; Halpern, 1998;Tenreiro-Vieira & Vieira, 2000); envolve também indução, dedução,<br />

classificação e definição de relações (Kadir, 2007), assim como abstração, autoconhecimento,<br />

categorização e flexibilidade cognitiva (OMS, 2004) que nos levam a produzir ideias e conclusões<br />

(Kadir, 2007).<br />

A capacidade de processar informação suficiente para saber que devemos avançar no semáforo<br />

verde ou efetuar um troco corretamente não são situações em que utilizamos o pensamento<br />

crítico. Estas formas de pensamento são de categoria elementar, sendo facilmente dominadas<br />

pela maioria das pessoas.<br />

Lewis e Smith (1993) evidenciam que:<br />

o pensamento de nível mais elevado ocorre quando uma pessoa adquire novas informações<br />

e as informações armazenadas na memória se inter-relacionam e / ou reorganizam e<br />

estende-se esta informação para alcançar um propósito ou encontrar possíveis respostas em<br />

situações embaraçosas. Uma variedade de efeitos pode ser alcançada através do<br />

pensamento de ordem superior: decidir o que acredito; decidir o que fazer; a criação de uma<br />

nova ideia, um novo objeto, ou uma expressão artística; fazer uma previsão e resolver um<br />

problema não rotineiro (p. 136).<br />

Habilidades de pensamento de nível superior incluem o pensamento crítico, lógico, reflexivo,<br />

criativo e metacognitivo. Estes são ativados quando os indivíduos se deparam com problemas<br />

desconhecidos, incertezas, dúvidas ou dilemas. Habilidades são capacidades complexas que<br />

requerem conhecimento e envolvem desempenho.<br />

As habilidades de nível superior são complexas, pois exigem julgamento, análise e síntese, não<br />

são aplicadas de um modo mecânico ou rotineiro, sendo reflexivas, sensíveis ao contexto e automonitorizadas<br />

(Nieto & Saiz, 2011).<br />

Estas são capacidades que tornam o indivíduo competente e que lhe permitem interagir com o<br />

seu meio ambiente, permitindo discriminar objetos, factos ou estímulos; identificar e classificar<br />

conceitos; identificar problemas; aplicar regras e resolver problemas. Elas estão na base dos<br />

processos de transferência que favorecem a construção contínua da estruturação de processos<br />

mentais cada vez mais complexos na direcção da elaboração de estratégias cognitivas (Gatti,<br />

1997).<br />

Tenreiro-Vieira e Vieira (2000) salientam a rápida evolução da sociedade como um dos fatores<br />

que impulsiona a necessidade de se desenvolver o pensamento crítico, uma vez que as<br />

constantes transformações que ocorrem tornarão desatualizados a maioria dos conhecimentos<br />

atuais. Capacitar os alunos com competências de pensamento crítico é permitir que sejam<br />

capazes de recolher, selecionar e utilizar informação para enfrentar as situações com que se<br />

deparam, apontando ainda a instabilidade no contexto laboral como fator que reforça esta<br />

importância. As competências de pensamento crítico possibilitarão aos profissionais dar resposta<br />

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