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Interações e brincadeira na educação infantil em período integral: estudo exploratório<br />

Carla Cilene Baptista da Silva<br />

Universidade Federal de São Paulo<br />

carlaci@gmail.com<br />

Gabriela Portugal<br />

Universidade de Aveiro<br />

gabriela.portugal@ua.pt<br />

RESUMO - No Brasil, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil destacam<br />

os dois eixos norteadores para a educação de crianças de 0 a 5 anos: as interações e a<br />

brincadeira. Recentemente, o Plano Nacional de Educação de 2014 estruturou 20 metas a<br />

serem alcançadas pela educação brasileira em dez anos. Na meta 1 está prevista, até 2016,<br />

a universalização da Educação Infantil para crianças com idade de 4 a 5 anos. É previsto<br />

também, na meta 6, a educação em tempo integral, atendendo no mínimo 50% das escolas<br />

públicas de educação básica. Define-se educação em tempo integral quando a criança<br />

permanece na escola por 7 horas ou mais ao longo do dia, durante o ano letivo. Considerando<br />

o enfoque nas interações e na brincadeira e a aposta numa educação integral, entendeu-se<br />

ser pertinente conhecer as opiniões de educadoras envolvidas na experiência da educação<br />

em período integral. Trata-se de um estudo exploratório realizado em uma cidade de médio<br />

porte do estado de São Paulo - Brasil. As informações foram obtidas por meio de entrevistas<br />

e é um recorte de um projeto de pesquisa de pós-doutoramento financiado pela Fundação<br />

de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), realizado junto à Universidade<br />

de Aveiro. Participaram do estudo 5 educadoras de 2 escolas municipais de educação infantil.<br />

As falas das participantes foram analisadas separadamente e em seguida agrupadas de<br />

acordo com as seguintes categorias temáticas: os espaços, organização do tempo e<br />

diversidade de atividades. Os resultados indicam que apesar de estar em conformidade com<br />

as políticas atuais, parece haver necessidade de rever o funcionamento do período integral<br />

oferecido para educação infantil, considerando a criança como sujeito de direito e a<br />

importância dos eixos interações e brincadeira. Em uma cidade caracterizada pela<br />

verticalização de seus prédios, a ausência de espaços amplos ganhou destaque nas falas<br />

das educadoras, assim como a organização rígida dos tempos e das atividades estabelecidos<br />

para cada classe. A oferta de atividades em tempo integral ainda é marcada pelo predomínio<br />

de práticas pedagógicas realizadas em salas de aula, em detrimento de atividades livres,<br />

lúdicas, corporais e culturais, afastando-se dos eixos previstos nas diretrizes curriculares.<br />

Palavras-Chave: educação infantil, escola integral, interações e brincadeiras<br />

Auxílio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP-<br />

Proc. n 15/10039-7).<br />

No Brasil, de acordo com a Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional (LDB) de<br />

1996, a Educação Infantil faz parte da Educação Básica, sendo oferecida em creches e préescolas,<br />

cuidando e educando de crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade, nos períodos<br />

integral ou parcial. O período parcial compreende 4 (quatro) horas e o integral igual ou superior<br />

a 7 (sete) horas diárias da criança na escola.<br />

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Ministério da Educação,<br />

2010) atualizam e reforçam alguns pressupostos já determinados nos Referenciais Curriculares<br />

Nacionais de Educação Infantil de 1998, e destacam os dois eixos norteadores para a educação<br />

de crianças de 0 a 5 anos: as interações e a brincadeira. É através destes eixos que se pretende<br />

garantir às crianças o autoconhecimento e o conhecimento sobre o mundo e assegurar o seu<br />

aprendizado e desenvolvimento.<br />

Recentemente, o Plano Nacional de Educação - PNE (Ministério da Educação, 2014)<br />

estruturou 20 metas a serem alcançadas pela educação brasileira em dez anos. Na meta 1 está<br />

prevista, até 2016, a universalização da Educação Infantil para crianças com idade de 4 a 5 anos.<br />

É previsto também, na meta 6, a educação em tempo integral, atendendo no mínimo 50% das<br />

escolas públicas de educação básica.<br />

Um dos objetivos que pretende ser atendido na meta 6, já aparece no Programa Mais<br />

Educação (PME), determinado pela Portaria Normativa Interministerial de 2007. O PME tem<br />

como princípios norteadores: a qualidade da educação; a articulação da educação com outras<br />

políticas públicas; prevenção a situações de violação dos direitos da criança e do adolescente,<br />

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