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A visibilidade das crianças nos espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (São Paulo-<br />
Brasil)<br />
Adaliza Meloni<br />
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”<br />
e-mail: adalizameloni@yahoo.com.br<br />
Fátima Aparecida Dias Gomes Marin<br />
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”<br />
e-mail: fatimadiasgomes@gmail.com<br />
Resumo - O objetivo deste trabalho é apresentar reflexões acerca da visibilidade das crianças<br />
no espaço urbano, por meio do estudo das paisagens que se constituem como espaços de<br />
brincar oficiais da cidade de Assis (São Paulo-Brasil). O trabalho discute a relação que a cidade<br />
possui com as crianças ao definir os espaços de brincar. Neste contexto, são problematizadas<br />
as orientações do Plano Diretor que norteiam as políticas públicas urbanas implementadas no<br />
município, especificamente no que se refere à constituição das paisagens que se configuram<br />
como espaços de brincar oficiais. O nosso trabalho está fundamentado em Müller e Nunes (2014)<br />
que consideram a criança como sujeito ativo, mas que ainda não possui direito pleno a<br />
participação nas decisões referentes ao planejamento urbano e em Sarmento (2007) que discute<br />
a falta de participação das crianças nas decisões urbanas. Para nos subsidiar na análise da<br />
paisagem, utilizamos Santos (1988;2006) que a considera como a unidade do visível, o que<br />
conseguimos apreender com os sentidos, sendo que através da análise de sua configuração<br />
podemos analisar a organização de determinada sociedade. O artigo é um recorte da nossa<br />
pesquisa de doutorado, de natureza qualitativa, caracterizada como estudo de caso, que<br />
comporta pesquisa bibliográfica, análise do acervo documental (Plano Diretor da cidade) e de<br />
campo. Foram registadas fotografias dos espaços de brincar reconhecidos pelo poder público<br />
local e serão realizadas entrevistas com as crianças sobre os espaços de brincar, seleção visual<br />
de fotos dos espaços de brincar e desenhos. A intenção é que as crianças explicitem os seus<br />
desejos e concepções em relação a esses espaços. Foi constatado em relação ao Plano Diretor<br />
da cidade que não há uma preocupação em definir detalhadamente as ações voltadas ao bemestar<br />
das crianças, havendo a necessidade de um maior reconhecimento destes atores sociais.<br />
Palavras-chave: cidade, paisagem, crianças.<br />
Introdução<br />
Este trabalho é parte da pesquisa intitulada “Constituição dos espaços de brincar: uma análise a<br />
partir dos conceitos estruturadores da Geografia”. A pesquisa está sendo desenvolvida no curso de<br />
Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia<br />
da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Presidente Prudente (São Paulo -<br />
Brasil).<br />
O objetivo do trabalho é discutir a visibilidade das crianças no espaço urbano, por meio do estudo<br />
das paisagens que se constituem como espaços de brincar oficiais da cidade de Assis (São Paulo-<br />
Brasil) . Neste contexto, são problematizadas as orientações do Plano Diretor que norteiam as<br />
políticas públicas urbanas do município, especificamente as que dizem respeito a constituição das<br />
paisagens que se configuram como espaços de brincar oficiais.<br />
O nosso estudo evidencia a relação que a cidade possui com as crianças ao definir os espaços de<br />
brincar e chama a atenção para a relevância da materialização de políticas públicas alinhadas aos<br />
direitos das crianças. As crianças são consideradas como sujeitos competentes capazes de avaliar<br />
os espaços de brincar e explicitar as suas concepções e desejos com relação a estes espaços.<br />
O nosso trabalho está fundamentado em Müller & Nunes (2014), tais autores tratam da concepção<br />
de criança como sujeito ativo, mas que ainda não possui direito pleno a participação nas decisões<br />
referentes ao planejamento urbano. De acordo com os autores (Müller & Nunes, 2014: 671):<br />
Não se trata aqui de defender a plena autonomia de uma criança no espaço urbano, pois<br />
seria ingênuo abstrairmos as dificuldades e riscos que isso acarretaria. Porém temos claro<br />
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