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Conclusões<br />

No decorrer desse trabalho procuramos demonstrar a relevância da organização do espaço da<br />

Educação Infantil para o desenvolvimento global das crianças pequenas e a competência das<br />

mesmas na participação ativa nas pesquisas científicas.<br />

O desejo de brincar se destaca nos desenhos. O brincar é a atividade principal da criança nessa<br />

idade, através do brincar a criança aprende, entra em contato com a sua cultura, socializa, se<br />

desenvolve fisica e cognitivamente, expressa seus sentimentos, elabora conflitos. Dessa<br />

maneira, diversos documentos oficiais da Educação Infantil brasileira ressaltam sua relevância.<br />

Infelizmente, ainda hoje, nem sempre esse direito é garantido as crianças. O volume 2 dos<br />

Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998) considera que o:<br />

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da<br />

autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos,<br />

sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva<br />

sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades<br />

importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem<br />

também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e<br />

experimentação de regras e papéis sociais. (Brasil, 1998: 22)<br />

O desejo pelo contato com a natureza comparece em mais da metade dos desenhos. Diversos<br />

autores da Educação Infantil e documentos oficiais defendem os benefícios desse contato.<br />

Carvalho (1998) afirma que os ambientes infantis devem promover: identidade pessoal,<br />

desenvolvimento de competência, oportunidade para movimentos corporais, estimulação dos<br />

sentidos, sensação de segurança e confiança, oportunidade para o contato social e privacidade.<br />

Ao tratar do aspecto de estimulação dos sentidos, ressalta que a participação da natureza nesse<br />

processo é de extrema relevância, nessa perspectiva considera que:<br />

A natureza apresenta várias situações que estimulam os nossos sentidos, tais como: brisas<br />

que trazem odores diferentes, o som de um riacho, o balanço de folhas e flores. É importante<br />

que as crianças também tenham seus sentidos estimulados. Para isso, podemos desenvolver<br />

atividades em espaços externos. Nos espaços internos, podemos colocar vasos com plantas<br />

e flores, janelas que permitam iluminação natural, entrada de sol, visão do céu, de árvores e<br />

passarinhos. (Carvalho, 1998: 150)<br />

Por fim, ressaltamos os desejos pela interação e o vínculo afetivo entre as crianças, a figura de<br />

referência (o professor) e os familiares.O volume 2 dos Referenciais Curriculares Nacionais para<br />

a Educação Infantil (1988) ressalta que nas interações as crianças aprendem e se desenvolvem:<br />

Na história cotidiana das interações com diferentes parceiros vão sendo construídas<br />

significações compartilhadas, a partir das quais a criança aprende como agir ou resistir aos<br />

valores e normas da cultura de seu ambiente. Nesse processo é preciso considerar que as<br />

crianças aprendem coisas que lhes são muito significativas quando interagem com<br />

companheiros da infância, e que são diversas das coisas que elas se apropriam no contato<br />

com os adultos ou com crianças já mais velhas. Além disso, à medida que o grupo de crianças<br />

interage, são construídas as culturas infantis. (Brasil, 1998: 22)<br />

Concluímos que os desejos infantis em relação ao espaço escolar quase não diferem do que é<br />

proposto pelos estudiosos do tema e pelos documentos legais. Contudo, os espaços e tempos<br />

do brincar, que fazem parte dos direitos e desejos das crianças, não estão sendo suficientemente<br />

garantidos pela escola. Ressaltamos a importância de dar voz ativa as crianças nas pesquisas<br />

científicas, no interior das instituições educativas e nas políticas de planejamento urbano.<br />

Referências<br />

Alderson, P. (2005). As crianças como pesquisadoras: os efeitos dos direitos de participação<br />

sobre a metodologia. Educ. Soc., 91(26), 419-442.<br />

André, M. E. D. A. (2008). Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. (3.ª ed.).<br />

Brasília: Liber Livro Editora.<br />

Barbosa, M. C. S., & Horn, M. G. S. (2001). Organização do espaço e o tempo na escola infantil.<br />

In: Craidy, C. M, & Kaercher, G. E. P. S. (orgs.). Educação Infantil: Pra que te quero? (pp.<br />

67-79). Porto Alegre: Artmed.<br />

Blanc, C., & Lesann, J. (2012). Propostas para o cotidiano da Educação Infantil. Belo Horizonte:<br />

Fino Traço.<br />

Blower, H. C. S. (2008). O lugar do Ambiente na Educação Infantil: Estudo de Caso na Creche<br />

Doutor Paulo Niemeyer. Mestrado em Arquitetura. Universidade Federal do Rio de Janeiro.<br />

Brasil. (1998). Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.<br />

Referencial curricular nacional para Educação Infantil. 2v. Brasília: MEC/SEF.<br />

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