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Educação Infantil para o desenvolvimento das crianças, especialmente a estruturação das salas<br />
de referência da turma em cantos; identificar os critérios empregados pelo professor na<br />
organização dos espaços; investigar as relações existentes entre a organização dos espaços,<br />
na Educação Infantil, e as intencionalidades educativas dos professores, expressando a riqueza,<br />
a complexidade e o movimento do que for observado, ouvido e registrado.<br />
A implantação da proposta "Fazer em Cantos" no município, ocorreu em 2010, através<br />
de estudos, reflexões e trocas de experiências entre os profissionais de quatro instituições de<br />
Educação Infantil. Nessas instituições, os espaços das salas de referência da turma foram<br />
organizados em cantos, de acordo com as necessidades e especificidades da faixa etária, com<br />
o auxílio das crianças, pais e comunidade escolar. Atualmente, catorze instituições de Educação<br />
Infantil participam da proposta.<br />
A pesquisa foi efetivada em duas instituições que denominamos como A e B e teve como<br />
sujeitos quatro professoras da Educação Infantil, duas de cada instituição, cujos nomes são<br />
fictícios. Das quatro instituições que participaram da implantação da proposta "Fazer em Cantos",<br />
foram escolhidas duas para realizar a pesquisa.<br />
A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, pois, conforme Bogdan e Biklen (1982<br />
apud LÜDKE; ANDRÉ,1986: p. 11), “[...] tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados<br />
e o pesquisador como seu principal instrumento”.<br />
Na investigação, houve o contato direto da pesquisadora com as instituições de<br />
Educação Infantil selecionadas para a realização do estudo, a fim de obter a recolha de dados<br />
descritivos.<br />
A modalidade de pesquisa enquadra-se como um Estudo de Caso, que, para Chizzotti<br />
(1991), é caracterizado por dar um significado mais amplo aos resultados da pesquisa de um<br />
caso específico, porque, ao se organizar os dados e fazer uma análise crítica de uma<br />
experiência, é possível chegar a resultados valiosos, os quais podem propor transformações na<br />
questão em estudo.<br />
A opção por tal abordagem se deve ao fato de ser a mais adequada e com potencial<br />
para compreender a complexidade da realidade pesquisada. Em consonância com as ideias de<br />
Lüdke e André (1986), com a intenção de retratar a realidade de maneira completa e profunda,<br />
optamos por essa modalidade de pesquisa. Assim sendo, usamos uma variedade de fontes de<br />
informação, cruzamos os dados, confirmamos ou rejeitamos hipóteses e fizemos descobertas<br />
que são oportunamente descritas e avaliadas, neste trabalho.<br />
A revisão bibliográfica foi feita em <strong>livro</strong>s, artigos, teses e dissertações de Pós-Graduação<br />
em Educação recomendados pela CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de<br />
Nível Superior – e que discorrem sobre a organização dos espaços na Educação Infantil.<br />
Em meio às diversas técnicas de análise de conteúdo, optamos, pela análise por<br />
categorias. Conforme Lüdke e André (1986: p. 49), “[...] a categorização, por si mesma, não<br />
esgota a análise. É preciso que o pesquisador vá além, ultrapasse a mera descrição, buscando<br />
realmente acrescentar algo à discussão já existente sobre o assunto focalizado”.<br />
Foram pensadas em quatro categorias de análise: “Aspectos físicos das salas de<br />
referência das turmas pesquisadas”, “Espaços na Educação Infantil: propostas, organização e<br />
desafios da prática”, “Cantos nas salas de referência das turmas: concepções docentes”, “Os<br />
relacionamentos entre adultos e crianças e entre as crianças”.<br />
Neste artigo elucidaremos parte das análises dos dados da categoria “os<br />
relacionamentos entre adultos e crianças e entre as crianças”, pois é concernente com as<br />
proposituras do Colóquio.<br />
Os relacionamentos entre adultos e crianças e entre as crianças<br />
Para apresentação de tais dados, focalizamos em alguns episódios registrados durante<br />
a pesquisa de campo e nas respostas das professoras, nas entrevistas.<br />
De acordo com Guimarães (2009), o modo com que transformamos o espaço em<br />
ambiente e lugar de interações informa sobre o sentido da educação naquele espaço: acolhida,<br />
diálogo, afetividade, escuta, valorização de múltiplas linguagens ou disciplina controle,<br />
racionalização.<br />
Diante de tal consideração e tendo o conhecimento, conforme apresentado pelas<br />
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), de que as propostas<br />
pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar a criança como sujeito de direitos e que,<br />
pelas interações, relações e práticas que vive, ensejar a construção da sua identidade pessoal<br />
e coletiva, identificamos a necessidade da elaboração dessa categoria.<br />
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