23.01.2017 Views

livro_atas

livro_atas

livro_atas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

contribuir para o desenvolvimento profissional dos seus colegas avaliados, não se sabe o que<br />

pensam uns e outros sobre o ensino da Geografia. Neste contexto, esta investigação visa<br />

comparar as perspetivas de professores avaliadores e avaliados de Geografia sobre o ensino da<br />

Geografia.<br />

3. Fundamentação Teórica<br />

3.1 A Educação Geográfica e os espaços<br />

Atualmente assistimos a um avanço significativo do ensino e aprendizagem da<br />

Geografia, com a valorização da necessidade de desenvolver a capacidade dos alunos<br />

pensarem através da Geografia (Balderstone, 2000). A valorização do pensamento geográfico<br />

pressupõe que o currículo de Geografia no século XXI intensifique as oportunidades para os<br />

alunos realizarem análises críticas (Davidson & Catling, 2000). O currículo geográfico não deve<br />

ser transmitido e recebido mas deve ser um corpo de conhecimento processado e criado pelos<br />

alunos (Watkins, 2006), não de forma individual, mas com os outros.<br />

O conhecimento geográfico ao ser coconstruído e centrado nos alunos, cria<br />

oportunidades para que estes contribuam com os seus conhecimentos prévios, experiências,<br />

que expressem as suas opiniões e confusões (Roberts, 2009), ou seja, ‘vivam’ a Geografia<br />

(Lambert, 2009). Para além de valorizar as ‘geografias’ pessoais dos jovens, é importante que o<br />

professor faça uma interpretação criativa do currículo, de modo adaptá-lo ao contexto local em<br />

que se insere (Rawling, 1996; Brooks, 2011). Para Houtsonen (2004), corroborando a opinião de<br />

Rawling (1996) e de Brooks (2011), o profissionalismo dos professores de Geografia manifestase<br />

através da sua capacidade de utilizar as oportunidades de aprendizagem oferecidas pelo<br />

contexto social, económico, cultural em que se insere.<br />

Para que o ensino de Geografia estimule a aprendizagem contextualizada, globalizada,<br />

significativa deve promover um ensino orientado para a aprendizagem baseada na resolução de<br />

problemas (ABRP). Apesar de existir pouca informação disponível acerca da utilização da ABRP<br />

na Geografia, Pawson et al. (2006) consideram viável a sua aplicação na Educação Geográfica.<br />

Tal opinião é partilhada por Schell, Roth & Mohan (2013), que consideram que a ABRP se<br />

adequa bem à Educação Geográfica mas não é sistematicamente aplicada. Na opinião de<br />

professores de Geografia e de Ciências, que participaram no estudo realizado por Leite et al.<br />

(2013), os professores precisam de formação em ABRP, mas também acompanhamento, por<br />

pessoas mais conhecedoras deste tipo de ensino, nas primeiras tentativas de implementação da<br />

ABRP, para que estas sejam bem sucedidas.<br />

Para além de ser uma disciplina cheia de oportunidades para os alunos colocarem em<br />

prática e desenvolverem competências transversais, a Educação Geográfica tem uma<br />

especificidade que lhe é peculiar: propícia ao estabelecimento de ‘pontes’ com diversas áreas<br />

do saber. Como refere Merenne-Schoumaker (2005), cada aula de Geografia deve ser entendida<br />

como uma ‘obra de engenharia’ onde se estabelecem ligações com diversas áreas do saber.<br />

No sentido de clarificar as relações/conexões da Educação Geográfica com a Educação<br />

Ambiental e com a Educação para o Desenvolvimento foi elaborada a Carta Internacional da<br />

Educação Geográfica (1992). Posteriormente, no ano 2000, foi elaborada, pela União Geográfica<br />

Internacional, a Declaração Internacional da Educação Geográfica para a Diversidade Cultural,<br />

evidenciando as relações entre a Educação Geográfica e a Educação para a Cidadania. Mais<br />

recentemente, em 2007, a União Geográfica Internacional elaborou a Declaração de Lucerne<br />

sobre a Educação Geográfica para o Desenvolvimento Sustentável.<br />

Paralelamente ao contributo para a Educação Ambiental, a Geografia, através dos<br />

diversos temas que aborda, também tem um importante papel a desempenhar, por exemplo, no<br />

que diz respeito a auxiliar os jovens a construir uma nova identidade, a identidade plural e<br />

intercultural (Garzón, 2008), aprofundando gradualmente a sua cidadania europeia (Horta &<br />

Dias, 2006; Lestegás, 2006), assim como a sua cidadania global (Scoffham, 2000; Souto<br />

González, 2011).<br />

Para que a Geografia, ao longo do século XXI, desempenhe um papel preponderante na<br />

educação de cidadãos geograficamente competentes, e continue a ser o veículo e o contexto de<br />

muitas oportunidades de descoberta/pesquisa e aprendizagem, é fundamental que os<br />

professores, de modo a ir ao encontro das características e necessidades dos seus alunos e a<br />

atingir os objetivos de aprendizagem traçados, continuem a desenvolver diversos estilos e<br />

estratégias de ensino e a utilizar uma grande diversidade de recursos. Na opinião de diversos<br />

investigadores (Merenne-Schoumaker, 2005; Lambert & Balderstone, 2010; Gomes, 2013), a<br />

Geografia é uma disciplina rica em recursos educativos, podem estes ser criados pelo Professor<br />

248

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!