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(...) a maior dificuldade seria a nossa carga horária, como já está<br />

completa, horário de parque, vídeo, almoço, etc. e tal. Encaixar os<br />

cantinhos nessa estrutura que já está montada é uma dificuldade<br />

também. Mas nada impossível, foi o que falei, dá para conciliar um dia<br />

da semana que tenho mais livre de atividades com as crianças (E5)<br />

Apesar da maioria das professoras não conhecer outros formatos de educação infantil<br />

em período integral, elas fazem referência ao que conhecem da educação fundamental em<br />

período integral e apontam caminhos com propósito de melhorar a oferta de atividades<br />

diversificadas, buscando também correlacionar com alguns temas abordados no estudo e<br />

aplicação do SAC, que vivenciaram ao longo da pesquisa, como a possibilidade de escolha por<br />

parte da criança das atividades a serem realizadas.<br />

Ter um período sim voltado mais para as atividades pedagógicas e<br />

uma parte em que eles poderiam ter mais o lúdico, jogos matemáticos,<br />

jogos de linguagem. Essa parte do movimento, que a gente falou do<br />

parque, da quadra. De repente para eles terem também a opção de<br />

escolher o que querem fazer (E2).<br />

... aqui especificamente, que é o dia inteiro de pedagógico, a gente não<br />

divide, isso é muito maçante para eles. Eu e a E2 (professora do<br />

período da manhã) fazemos uma parceria em que a gente procura<br />

administrar isso de uma melhor forma. Eu por exemplo, às vezes faço<br />

mais nos registros em papel, a E2 opta por fazer mais jogos<br />

matemáticos, jogos de linguagem no período da manhã, quando eu<br />

percebo que ela vai dar alguma atividade no caderno, alguma coisa<br />

mais assim, eu procuro à tarde dar uma coisa mais livre (E3).<br />

Analisando sob a perspectiva do SAC e da Educação Experiencial, alguns aspectos que<br />

contam para uma educação infantil de qualidade referem-se à oferta de materiais e atividades<br />

estimulantes os mais diversificados possível, no sentido de enriquecer a exploração ativa da<br />

criança no contexto, incentivar sua autonomia e satisfazer seus interesses e necessidades<br />

diversas relativas ao seu próprio desenvolvimento. Nesse sentido, o educador tem um papel<br />

fundamental enquanto mediador da cultura, podendo ser o elemento mais importante,<br />

introduzindo o entusiasmo na sua sala, intervindo para estimular a ação, e nesse processo, a<br />

qualidade das interações que se estabelecem é de importante destaque.<br />

CONCLUSÃO<br />

Os resultados indicam que apesar de estar em conformidade com as políticas atuais,<br />

parece haver necessidade de rever o funcionamento do período integral oferecido para educação<br />

infantil, considerando a criança como sujeito de direito e a importância dos eixos norteadores<br />

descritos nas diretrizes curriculares: interações e brincadeira.<br />

Em uma cidade caracterizada pela verticalização de seus prédios, somado ao recente<br />

aumento no número de matrículas na educação infantil, a ausência de espaços ganhou destaque<br />

nas falas das educadoras, assim como a organização rígida dos tempos e das atividades<br />

estabelecidos para cada sala de aula. A oferta de atividades em tempo integral é marcada pelo<br />

predomínio de práticas pedagógicas realizadas em salas de aula, em detrimento de atividades<br />

livres, lúdicas, corporais e culturais, afastando-se dos pressupostos descritos no Programa Mais<br />

Escola.<br />

O presente trabalho não teve a pretensão de aprofundar a discussão sobre educação<br />

infantil em período integral, mas sim de agregar a este debate elementos da abordagem<br />

experiencial que discute a qualidade da educação infantil, considerando as ”experiências” e os<br />

espaços e tempos de autonomia dados à criança. A reflexão suscitada pelo uso do SAC, pautada<br />

por uma leitura processual, contínua e centrada na criança, evidenciou o desafio de fazer<br />

coincidir orientações educativas oficiais e práticas pedagógicas reais.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Araújo, V. C. de.; Coelho, G. R.; Siqueira, L. A. R. (2014). Educação em Tempo Integral na<br />

Educação Infantil: um estudo das concepções e práticas no Estado do Espírito Santo.<br />

Cadernos ANPAE , 1(1), 1-18.<br />

Cavaliere, A. M. (2014). Escola pública de tempo integral no brasil: filantropia ou política de<br />

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