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Oficinas lúdicas: espaços de encontro, do brincar e de criação para crianças em<br />

situação de acolhimento institucional<br />

Andrea Perosa Saigh Jurdi<br />

Universidade Federal de São Paulo, Brasil<br />

andreajurdi@gmail.com<br />

mailto:spanciera@hotmail.com<br />

Cristina dos Santos Cardoso de Sá<br />

Universidade Federal de São Paulo<br />

cristina.sa@uoll.com.br<br />

Sara Del Prete Panciera<br />

Universidade Federal de São Paulo, Brasil<br />

spanciera@hotmail.com<br />

Resumo - O direito de brincar é o elo que atravessa todos os direitos da criança. Apesar do<br />

brincar ser uma atividade universal entre as crianças de diferentes populações, cada cultura<br />

possui uma forma peculiar de expressão, reflexo das características ambientais e contextuais<br />

específicas. Sujeito imerso na cultura, a maneira da criança agir e pensar no seu grupo social<br />

é, entretanto, singular. Não há, por exemplo, como desconsiderar a importância do tempo e<br />

do espaço da brincadeira como forma da criança conhecer e transformar o mundo em que<br />

vive. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as ações desenvolvidas com crianças<br />

brasileiras em situação de acolhimento institucional e que tem como proposta realizar oficinas<br />

lúdicas no espaço de acolhimento. As oficinas, com duração de aproximadamente 2 horas,<br />

são realizadas uma vez por semana na instituição de acolhimento e incluem tanto as crianças<br />

como as cuidadoras nesse processo. Participam da atividade crianças de zero a seis anos,<br />

divididas na instituição em dois grupos de convivência por faixa etária. Durante o período de<br />

10 meses em que aconteceu o projeto de intervenção, cada um dos grupos contava com<br />

aproximadamente 4 crianças, número que sofria variações, em função do abrigo não<br />

configurar um lugar permanente para as crianças. O espaço deve ser um elemento<br />

organizador das relações com a intenção de promover o exercício da cidadania, o<br />

desenvolvimento do senso coletivo, preservando as singularidades e subjetividades. Nesse<br />

mesmo sentido, as oficinas utilizam diversos recursos que privilegiam tempo para brincar,<br />

com a construção de um espaço coletivo e promotor de interações e trocas, favorecendo a<br />

autonomia das crianças e o seu processo de desenvolvimento. Os resultados apontam que<br />

a realização das oficinas colocou o brincar em outra perspectiva para as crianças, as<br />

cuidadoras e a instituição. Um efeito importante identificado foi o de que as cuidadoras<br />

durante esse período passaram progressivamente a participar com mais frequência das<br />

oficinas e também a acompanhar e compartilhar as atividades de avaliação e planejamento<br />

do projeto. Considera-se que a modificação do brincar e o brincar compartilhado que passou<br />

a fazer parte do cotidiano das crianças provocaram repercussões na rotina da casa e foram<br />

importantes para o reconhecimento da extensão como um projeto parceiro da Universidade<br />

dentro da instituição.<br />

Palavras-chave: brincar, desenvolvimento infantil, crianças em situação de acolhimento.<br />

Brincar como Direito<br />

Crianças em situação de acolhimento institucional encontram-se em situação de risco e<br />

passaram ou conviveram com situações de negligência e/ou violência. Muitas delas sofrem o<br />

impacto dessa situação em seu processo de desenvolvimento e amadurecimento, o que se vê<br />

refletido em suas atividades escolares e sociais. Outras, ainda, apresentam ruptura de laços<br />

sociais e familiares.<br />

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